almond [won-pyung sohn]

Yunjae vive apenas com a mãe, que é alfarrabista, e a avó e conta como a mãe desde cedo lhe tenta ensinar como reagir perante certas situações para que ele pareça normal e tenha as reações esperadas. No fundo, tenta ensinar-lhe empatia. O problema acontece quando há um ataque e Yunjae fica sozinho, a lidar com um mundo que compreende e para o qual não tem sentimentos.

A narração do livro conquistou-me. Não só o livro tem capítulos muito curtos, que incentivam a uma leitura rápida, mas também tem uma narração soberba. A forma de falar do Yunjae evolui à medida que ele vai crescendo e acabamos por o ver passar de um narrador quase mecânico, descritivo, para um narrador que se questiona e questiona o mundo e que talvez possa não ter a mesma relação com as emoções mas definitivamente não é robótico.

Acho, ainda assim, que a narração pode ser algo que não agrada a todos. Para mim funcionou muito bem e é algo que valorizo num livro focado em personagens e não tanto em história. A maneira como ele se vai familiarizando com pessoas e até faz amigos e aprende a lidar com eles é muito bonita e, mostra, mais uma vez, a importância da empatia. Para quem não lê em inglês, estou a torcer por uma tradução para português em breve porque sinto que o livro merece ser lido por muita gente.