- Quando: 17 a 25 de setembro de 2023
- Gatilhos: luto; vontade absurda de comer pratos dos quais provavelmente nunca ouviste falar
Acredito que muitos de nós tenhamos na comida um foco de muitas memórias. Os cheiros, os sabores… a comida talvez tenha sido, muitas vezes, o único motivo de reunião familiar. Para mim é a canja de ovo e a massa com feijão. Quando tenho saudades de casa ou me sinto mais em baixo é a canja de ovo e a massa com feijão que tento replicar. Para a Michelle Zauner era a comida coreana da mãe.
Crying in H Mart é um livro sobre luto. O diagnóstico de cancro terminal da mãe da Michelle levou-a numa jornada de autoconhecimento, recuperação de identidade e de luto, claro. Este livro é o resultado dessa jornada. Com a comida como fio condutor de todo o livro, Michelle conta a sua história, fala da relação muitas vezes complicada com a mãe e de como ela foi sempre o seu ponto de ligação com a Coreia e de como a comida era uma constante.
I wonder how many people at H Mart miss their families. How many are thinking of them as they bring their trays back from the different stalls. If they’re eating to feel connected, to celebrate these people through food. Which ones weren’t able to fly back home this year, or for the past ten years? Which ones are like me, missing the people who are gone from their lives forever?
Crying in H Mart é uma jornada. Sinto que não foi uma leitura fácil por vários motivos: seja pelos relatos da doença, pelas descrições do luto e até pela relação atribulada entre mãe e filha. Senti que às vezes me custava avançar, apesar de ter gostado do livro. Ah, talvez queiras ler com o telemóvel por perto para poderes pesquisar os pratos mencionados. As descrições da comida são muitas e tenho de avisar: deixam um apetite do caraças, até por comidas das quais nunca se ouviu falar.
Título original: Crying in H Mart
Título em português: Lágrimas no Mercado
Autora: Michelle Zauner
Ano: 2021 (PT: 2023)
Este livro deveria ser inserido num conceito de box: livro + um dos pratos mencionados (pelo menos), é que a fome é real ahahah
Vou só enviar este comentário às livrarias e já volto!