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Tinha visto alguém dizer que Happy Place não era um livro como os anteriores da Emily Henry. Tendo lido dois antes, fiquei intrigada. Realmente, não é um livro como os anteriores. Mais ou menos. É uma comédia romântica, mas senti que o objetivo foi ir além do amor entre duas pessoas. Depois deste li o People We Meet on Vacation, que considero o melhor, mas o Happy Place foi, durante umas semanas, aquele que considerei o meu preferido dela.

Happy Place segue a onda do fake dating, mas de uma forma diferente. Duranta anos, Harriet e Wyn foram o casal perfeito. Só que acabaram a relação há cinco meses e não contaram a ninguém. Quando Harriet chega à casa do Maine onde costuma passar verões com o grupo de amigos e encontra Wyn ambos decidem fingir que continuam juntos porque a casa vai ser vendida e o grupo quer despedir-se em grande.

O livro vai alternando entre passado e presente, lugares felizes e lugares tristes. Como é o tipo de livro que é, conseguimos perceber o que vai acontecer no final por isso só resta aproveitar a viagem até lá e sinto que o consegui fazer muito bem. Há um foco importante nas amizades adultas, que tanto mudam ao longo da vida e que por vezes parecem escapar-nos. Gostei muito do facto de haver um grupo de amigos envolvido, em que cada membro está a lidar com as suas próprias questões e, por isso, cada um precisa daquele grupo mesmo que por vezes não saiba como o manter.

Além disso, senti que à medida que percebemos como a Harriet e o Wyn se afastaram — e por que motivos — também chegamos ali a outros temas importantes. Percebemos o impacto do luto, do burnout e até de perceber que conseguimos tudo aquilo pelo qual temos trabalhado e, afinal, não estamos felizes assim. Esta junção de ideias foi o que me fez gostar tanto do livro.

Tenho dito muito que, nas comédias românticas, não é muito fácil inventar uma história base original mas a originalidade pode ficar em segundo plano se a história estiver bem escrita e se nos envolver mesmo que saibamos que vai acabar bem. Para mim, isso aconteceu com Happy Place. Senti-me envolvida, gostei da escrita e senti que o livro foi mais do que uma comédia romântica.