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Recentemente, escrevi sobre conteúdo relevante e agendado. Depois de publicar o texto, lembrei-me de que me tinha escapado uma parte sobre a qual queria falar: o que eu publico. Disse-vos que agendo publicações há muito tempo, mas não mencionei o tipo de conteúdo que publico e isso deu-me tempo para pensar sobre esse conteúdo. Será que tudo o que publico é importante e relevante?

A resposta é, obviamente, não. Não, nem tudo o que publico é importante e relevante. E não se iludam: o que vocês publicam também não é tudo importante ou relevante. É impossível ser tudo importante. E não há que ter medo disso: não gostamos todos do mesmo logo não vamos gostar todos dos meus conteúdos nem vamos dar a mesma importância a diferentes conteúdos. Afinal, o que faria se todos gostássemos de amarelo?

DOIS TIPOS DE CONTEÚDO

Num dos capítulos do My Blogging Secrets, do qual vos falei na publicação do que li em Fevereiro, a Amber McNaught fala sobre os dois tipos de conteúdo que costuma publicar. Enquanto lia essa parte identifiquei-me por completo, porque tento fazer o mesmo: publicar conteúdo evergreen e depois tudo o resto. Acho, aliás, que é isso que torna os blogs mais… reais.

Conteúdo evergreen

É o conteúdo útil e relevante, o conteúdo que se mantém actual ao longo do tempo. Exemplos deste conteúdo: roteiros, guias do género como usar X, como fazer Y, entre outros. Este é o tipo de conteúdo que exige mais preparação e exige também pesquisa, boas informações e uma escrita clara. Gosto de escrever este tipo de conteúdo precisamente por ser útil e por ser, normalmente, mais interessante para quem o lê.

Apesar de se ver cada vez mais, não é fácil de escrever. Há quem escreva este tipo de publicações com linguagem muito formal, às vezes como se fosse um press-release, ou mesmo de forma muito afastada, como se fossem um jornalista a relatar factos. Tenho tentado aprimorar a forma como o escrevo, precisamente para que seja fácil a todas as pessoas compreenderem o que quero dizer e, também, interessarem-se pelo que digo.

Tudo o resto

É, exactamente, tudo o resto. Textos soltos, crónicas, partilhas aleatórias de alguma coisa. Este é aquele conteúdo mais de entretenimento, que muitas vezes diz mais a quem o escreve do que a quem o lê, mas que dá personalidade a um blog e que mostram um bocadinho mais sobre o blogger que estamos a ler.

Gosto deste tipo de conteúdo precisamente porque humaniza os blogs, tornando mais fácil identificarmo-nos com quem os escreve. Também gosto porque é aqui que guardo memórias. Já vos disse que prefiro conteúdo com algumas linhas a conteúdo de uma linha. Talvez por isso, quando quero guardar memórias sem me alongar aposto nestas publicações mais curtas. Mas não só. Claro que já não publico como publicava há uns anos, em que publicava coisas realmente aleatórias e sem muito interesse, no entanto, acho que todos os blogs precisam desta vertente mais aleatória, mais informal, mais livre.

Gosto de ir escrevendo esta mistura de conteúdos, gosto de os alternar, de os pensar, de escrever sobre as coisas que me deixam os olhos a brilhar e sobre as coisas que me deixam o coração apertadinho. Não, nem tudo o que publico é importante para quem me lê. Nem tudo o que vocês publicam é importante para quem vos lê. Mas tudo o que publico é importante para mim. Tal como tudo o que publicam deve ser importante para vocês. Para guardar momentos, opiniões, sentimentos. Para treinar a escrita. Para falar sobre vários temas. Afinal, é para isso que servem os blogs.