Gostava de ter escrito sobre esta viagem como fiz da primeira vez em que fui ao Porto. Teria sido mais simples fazer estes roteiros. No entanto, este fim-de-semana tinha como objectivo matar saudades e desligar para tentar respirar. Fiquei sempre com aquela ideia de se calhar escrevo, se calhar não escrevo. E o tempo foi passando. Depois de ter apresentado o primeiro dia no Porto, hoje vamos ao 2.º dia: o dia em que percorremos o Porto de ponta a ponta. Quase.
Neste episódio: a Pérgola da Foz festejou a minha chegada, dezenas de fotografias minhas a fotografar, um amigo canino e um olá ao melhor lugar do mundo.
Porto (quase) de ponta a ponta
Estamos a 25 de Agosto. É domingo, está um dia maravilhoso e vamos até à Foz. Estacionámos (o Diogo estacionou, vá) o carro e seguimos a pé, com calma e várias paragens. Andámos muito neste dia. E se começámos junto ao Douro acabámos junto ao Dragão e ainda tivemos direito a trovoada. Comecemos, então, o dia 2.
Do Passeio Alegre à Foz
Se a orientação não me falha, começámos o nosso percurso ainda na Rua do Ouro. Este percurso é um dos mais agradáveis que já fiz, bem junto ao rio, com uma vista excepcional para o Estuário do Douro.
Um dos primeiros pontos de interesse com que nos cruzámos foi o Observatório de Aves. Tal como no primeiro dia falei da biodiversidade do Estuário do Douro, não podia deixar de a referir aqui, na outra margem.
Continuando em direcção ao Atlântico, cruzámo-nos com o Farolim da Cantareira, que alberga o Instituto de Socorros a Náufragos e ao que parece tem um Marégrafo (algo que mede as marés).
Ali ao lado está o Jardim do Passeio Alegre. É um jardim grande, com campo de golfe (!) incluído. Já por ali tinha passado de autocarro, há muitos anos, e foi bom poder ver o jardim estando lá. Atravessando todo o jardim chegamos junto à Praia das Pastoras e aos passeios que levam, respectivamente, ao Farolim de Felgueiras e aos Farolins da Barra do Douro. Aqui há que ter atenção a uma coisa: em dias de tempestade ou de grande agitação marítima, por favor, não vão para lá. Parece óbvio? Não é.
Percorremos o passeio todo até ao extremo da barra do Douro com muitas paragens para fotografias. Pelo meio ainda fiz um amigo canino: faço amigos caninos em todo o lado. Como estava uma manhã calma, conseguimos estar sentados durante algum tempo, apenas com o Atlântico à frente.
1. Observatório de Aves
Localização: Largo António Calém, 4150-078 Porto
Coordenadas GPS: 41.148033, -8.653601
2. Farolim da Cantareira
Localização: Rua do Passeio Alegre n.º 494, 4150-572 Porto
Coordenadas GPS: 41.147213, -8.666908
3. Jardim do Passeio Alegre
Localização: Rua do Passeio Alegre n.º 828, 4150-570 Porto
Coordenadas GPS: 41.148513, -8.670716
4. Farolim de Felgueiras
Coordenadas GPS: 41.147038, -8.677111
A Pérgola da Foz festejou a minha chegada
Esta zona da Foz, onde o Douro e o Atlântico se misturam e não se distinguem, foi uma agradável surpresa. Gostei muito da manhã ali passada, mas a fome apertou e metemos pés a caminho. Passámos ao lado do Forte de São João Baptista e da Praia dos Ingleses (que me traz grandes memórias da quantidade absurda de vezes que li Uma Aventura no Porto).
O nosso almoço foi o menos entusiasmante possível para este guia, mas a vista foi muito boa: fomos à Pizza Hut da Foz, ali ao lado da Pérgola da Foz. E por falar em Pérgola: lembras-te de ter dito que ela chamava por mim? Bem, desta vez ela celebrou porque finalmente teve um vislumbre meu!
Tenho a admitir que toda esta zona da Foz me agrada muito e quero voltar muitas vezes, para conhecer tudo dali até Matosinhos. Eu volto, Pérgola, eu volto!
1. Farolim de Felgueiras
Coordenadas GPS: 41.147038, -8.677111
2. Forte de São João Baptista
Coordenadas GPS: 41.149064, -8.674367
3. Praia dos Ingleses
Localização: Rua Coronel Raúl Peres, 4150-000 Porto
Coordenadas GPS: 41.152089, -8.678280
4. Pizza Hut Foz
Localização: Avenida do Brasil n.º 561, 4150-153 Porto
Coordenadas GPS:41.156924, -8.682012
5. Pérgola da Foz
Localização: Avenida do Brasil n.º 694, 4150-153 Porto
Coordenadas GPS:41.157783, -8.683012
Quando Sofia se cruza com Sophia
Depois de almoço, sem planos definidos, decidimos ir ao Jardim Botânico do Porto, na Rua do Campo Alegre. Não sabia nada sobre aquele espaço e só tempos depois descobri a maior curiosidade que tenho a partilhar sobre o espaço. Esta casa vermelha é a Casa Andresen. Aqui era, há muito tempo, a Quinta do Campo Alegre… a casa de família dos avós de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Antes de saber tudo isto, enquanto percorria o espaço, não pude deixar de imaginar as dezenas de histórias que ali podiam acontecer. Depois não pude deixar de me sentir impressionada. Este universo da Quinta do Campo Alegre está muito presente na obra de Sophia e entrar aqui abre-nos uma porta gigante para as histórias de Sophia.
Não sendo um lugar prioritário nas minhas visitas ao Porto, o Jardim Botânico foi uma agradável surpresa e é mais um lugar ao qual certamente voltarei. Tive pena de as estufas onde estão os cactos não estarem abertas (não sei se é comum ou não), mas tudo o resto foi tão bonito, tão verde, tão pacífico e tão extraordinário que a visita se tornou memorável.
Localização: Rua do Campo Alegre n.º 1195-1113, 4150-173 Porto.
Coordenadas GPS: 41.154056, -8.642378
Horário: 9h às 19h
Preço: entrada gratuita
Acessibilidade: muito do espaço é acessível a pessoas com mobilidade reduzida ou em cadeira de rodas, no entanto pode haver alguns percursos mais complicados.
Não é permitida a entrada de animais.
Da Foz às Antas
Quando digo que este dia foi quase um dia de Porto de ponta a ponta não é exagero. Depois do Jardim Botânico acabámos por ir até às Antas e parámos no Parque de São Roque. Demos apenas uma volta curta, andámos perdidos no labirinto de sebes e depois fomos embora, mas a impressão com que fiquei é que é um lugar familiar (havia uma festa de anos a acontecer logo à entrada) e, não sendo um ponto propriamente turístico, pode valer a pena conhecê-lo.
Localização: Rua São Roque da Lameira n.º 2040, 4350-307 Porto
Coordenadas GPS: 41.159139, -8.588889
Horário: Inverno (1out./30mar.): 8h às 19h; Verão (1abr./30set.): 8h às 20h
Preço: entrada gratuita
Acessibilidade: algum do espaço é acessível a pessoas com mobilidade reduzida ou em cadeira de rodas, no entanto pode haver alguns percursos mais complicados.
Um olá ao melhor lugar do mundo
Apesar de o cansaço se fazer sentir, ainda houve tempo para dizer olá ao melhor lugar do mundo: o Estádio do Dragão, claro. Foi um olá rápido, mas que valeu por tudo. Casa, em casa. Não há mais nenhum lugar no mundo assim.
Antes de regressarmos, passámos um bocado no Alameda, onde comemos um gelado e fizemos compras para o jantar. Nada interessante, peço desculpa. No entanto, vale lembrar que fiz, em 2017, uma visita ao Estádio do Dragão e ao Museu do FC Porto, algo que irá certamente repetir-se no futuro. Aliás, eu voltar ao Dragão é praticamente a única certeza que tenho na vida.
1. Estádio do Dragão + Museu FC Porto
Localização:Via Futebol Clube do Porto, 4350-415 Porto
Coordenadas GPS: 41.161866, -8.583597
Horário – Museu :2.ª feira: 14h30 -19h
3.ª a domingo: 10h – 19h (excepto: 25 de Dezembro; manhãs dos dias 1 de Janeiro, Dia de Páscoa e Dia de São João. A 24 e 31 de Dezembro o Museu abre entre as 10h e as 16h.)
Horário – Estádio: 2.ª feira: 15h, 16h, 17h.
3.ª a domingo: às 11h, 12h, 14h, 15h, 16h e 17h. (excepto: não há visitas em dia de jogos, nas vésperas e no dia de jogos da UEFA e em dias de eventos no relvado.)
Preços – Não Sócios: Estádio: adulto – 8€; maiores de 64 – 6€; dos 5 aos 16 – 5€.
Museu: adulto – 12€; maiores de 64 – 10€; dos 5 aos 16 – 8€.
Museu + Estádio: adulto – 15€; maiores de 64 – 12€; dos 5 aos 16 – 10€.
Entrada gratuita a todas as crianças até aos 5 anos.
Bilhete família (2 adultos + 2 crianças ou 1 adulto + 3 crianças) tem sempre 10% de desconto.
Preços – Sócios:
(mediante apresentação do cartão de sócio, com quotas em dia)
Museu: adulto – 8€; maiores de 64 – 6€; dos 5 aos 16 – 5€.
Museu + Estádio: adulto – 10€; maiores de 64 – 8€; dos 5 aos 16 – 6€.
Entrada gratuita a todas as crianças até aos 5 anos.
Bilhete família (2 adultos + 2 crianças ou 1 adulto + 3 crianças) tem sempre 10% de desconto.
Acessibilidade: não tenho informação sobre acessibilidade a pessoas em cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida, mas acredito que tanto para o estádio como para o museu haja opções de visita a pessoas nessas condições. O ideal é contactar o FC Porto.
Posso incluir trovoada?
Com o segundo dia a chegar ao fim — e depois de termos percorrido o Porto de ponta a ponta — começou a cair em mim aquele sentimento de oh, f***-**, amanhã tenho de ir embora misturado com não quero ir para Lisboa, com uma dose gigante de quero ficar aqui para sempre.
A tempestade mental combinou muito bem com a meteorologia porque nessa noite trovejou (gostaste desta associação?) e, embora nada tenha de roteiro, queria partilhar fotografias de trovoada que ainda não tinha partilhado.
Foi um fim-de-semana bom e cansativo (andámos muito), mas ainda havia algo mais a aproveitar.
Cenas do próximo episódio: o segundo melhor lugar do Porto, promessas, a falta de vontade de ir embora e planear regressos.
Estou encantada com as fotografias! Que lindas *-*
O Jardim Botânico será sempre um dos meus lugares favoritos. E, não desprezando todos os outros [até porque o Dragão está bem representado aqui], foi tão bom regressar, ainda que à distância.
Estou a adorar estes roteiros <3
Awww, obrigada!!! ?
Planeio voltar, com mais tempo e calma! É um lugar magnífico.
O Porto é uma cidade encantadora, mesmo. Adoro ir lá e quero muito conhecê-lo melhor. Adorei as fotos 🙂
É sempre boa ideia ir até lá! Obrigada! ?