Quando soube que a Cecelia Ahern ia publicar Postscript, uma sequela do P.S. I Love You, fiquei surpreendida e amedrontada. Surpreendida porque não esperava voltar ali. Amedrontada porque tinha receio do que ia ser este livro.
O P.S. I Love You foi um dos primeiros livros adultos que li, para aí em 2007 ou 2008. Longe de ser uma obra de arte, foi um livro que me conquistou mais pela história do que pela forma como esta foi escrita. O mesmo aconteceu com a sequela.
O texto que se segue contém spoilers do livro e filme P.S. I Love You.
Postscript: a sequela não era necessária, mas ainda bem que aconteceu
No primeiro livro, Holly acabou de perder o marido, Gerry, que morreu com cancro. Tem 29 anos e perdeu o amor da sua vida. Gerry, no entanto, sabia que estava a morrer e preparou-se da melhor forma. Deixou dez cartas a Holly, cada uma para ser aberta no primeiro dia do mês. Ao longo daqueles meses (e do livro), vemos Holly em luto, destroçada, e acompanhamos a sua jornada enquanto lê as cartas e vai seguindo as indicações que Gerry lhe deixou.
O fim de P.S. I Love You é um bom fim, não deixa propriamente mil e uma questões e, por isso, é um fim perfeito. Não acho que a sequela fosse necessária. Não havia ali mais história para contar. No entanto, ainda bem que houve sequela.
Postscript começa sete anos depois de Holly ler a última carta de Gerry. Agora, Holly trabalha numa loja de artigos em segunda mão, com a irmã, Ciara, e tem um namorado, Gabriel. A vida dela corre bem, mas Ciara convida-a a participar no seu podcast, num episódio sobre falar sobre morte. O episódio torna-se viral e Holly é abordada para ajudar um grupo de pessoas com doenças terminais, que criaram o P.S. I Love You Club, inspiradas pela história do Gerry. Inicialmente ela não quer, mas claro que vai ajudá-los.
Confesso que achei que a história estava a ser muito previsível até que, de repente, não o foi… pelo menos não totalmente. Ainda assim, claro que a maioria da história é expectável, mas eu gostei de ler a nova vida da Holly, perceber como é que ela mudou e como é que a vida a moldou, e acho que o ponto forte do livro é permitir voltar a uma história que foi tão marcante.
Tal como disse no início, este livro e o anterior conquistaram-me mais pela história do que pela forma como a história foi escrita. Não são grandes obras literárias, mas a história é tão bonita e, a certo ponto, emocionante que acaba por tocar. Foi por isso que quis falar deste livro aqui. É bom promover grandes livros, mas há lugar para ler muita coisa e é necessário metermos na cabeça que somos a junção de tudo o que lemos, não apenas de um livro ou de outro, por isso os preconceitos devem ficar fora das leituras.
Título original: Postscript
Título em português: A Última Carta
Autora: Cecelia Ahern
Ano: 2019 (PT: 2020)
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Tenho o primeiro livro há anos na minha lista de desejos literários, porque vi o filme e adorei! Acho a história genial.
Mesmo não sendo a obra literária mais extraordinária [a nível de escrita], acho que vou querer adquirir ambos ahahah
Eu acho que li o primeiro livro duas ou três vezes, porque adorava a história! O filme penso que só vi uma vez, mas fiquei com vontade de rever.