Crise de Identidade 11: O Poder Milagroso das Caminhadas

Depois do episódio exaltado da semana passada, em que realmente se percebeu que este podcast serve para reclamar, este episódio vai ser o oposto… para se perceber o porquê do nome Crise de Identidade.

Neste episódio falo sobre caminhadas, traumas de Educação Física e outras coisas do género. Ponto curioso: gravei o episódio, senti-me espectacular porque achei que estava óptimo. Fui ouvir: o som ficou com tanto eco, mas também eco que era inaudível. Tive de gravar novamente e acho que resultou.

A minha relação com a actividade física

Este fim-de-semana foi o primeiro em algum tempo em que não choveu ou esteve um frio do caraças e, por isso, consegui fazer caminhadas. Ai, as saudades que eu tinha de fazer caminhadas! Eu não fazia caminhadas há tanto tempo que já começava a esquecer-me do poder milagroso que elas têm. Não multiplicam pães, não transformam água em vinho… e ainda bem. Mas transmitem uma sensação de calma e de motivação que já me faziam falta.

Vamos pôr as cartas todas na mesa. Eu não gosto de exercício físico. As aulas de educação física eram o meu pior pesadelo, mesmo quando deixei de as fazer. Adorava dança e cheguei a fazer parte de um grupo de dança. Mas digamos que isto do exercício não me está no sangue. No entanto durante a faculdade senti falta de algum movimento e tentei yoga e corrida… mas odeio corrida.

Aqueles memes do “se me virem correr corram também porque vem alguém atrás de mim” adequam-se a mim. Eu só corro se estiver a brincar com a Lady, porque ela adora brincadeiras que envolvam correr atrás dela, ou se estiver a fugir de alguma coisa.

Portanto está visto que a corrida não resultou comigo, não é? Eu tentei, mas não fui feita para aquilo.

O yoga até foi resultando e fiz algumas aulas online de que gostei, mas… também não era uma simbiose perfeita.

Portanto fiquei sem exercício além das danças habituais pela casa.

O papel das caminhadas

Quando adoptámos a Lady, no final de 2018, percebemos que ela estava habituada a fazer tudo fora do terreno de casa. Ou seja, ela era uma cadela de ir à rua, com trela. E foi a partir daí que as caminhadas se tornaram recorrentes por estes lados. No início custava, porque não havia hábito, mas rapidamente começou a custar mais o acto de não as fazer.

No ano passado no início do confinamento, comecei a fazer treinos no Instagram com o Paulo Teixeira e a Helena Coelho e depois passei a incluir também treinos da Pamela Reif, principalmente os vídeos de dança que ela tem, e fui muito certinha até ao fim de Setembro… quando comecei a trabalhar. O facto de chegar a casa e ser de noite acaba com a motivação para me mexer e portanto restam as caminhadas… que passaram para os fins-de-semana ou para uma ou outra manhã durante a semana, em que consigo levar a Lady antes do trabalho.

Eu gosto das caminhadas porque sinto-as sempre como momentos de relaxamento e de produtividade, ao mesmo tempo. Por um lado, desligo quase completamente do mundo e vou só com um podcast ou com música. Por outro lado, acaba por ser um momento em que organizo a cabeça, em que surgem várias ideias (como este episódio) e em que consigo passar tempo de qualidade com a Lady enquanto a ajudo também a ser mais saudável.

Este episódio está muito mais… relaxado, não está? Poder das caminhadas!

Deixa lá que há sempre duas alturas do ano em que é um pesadelo pensar em caminhadas: na época em que chove muito, porque qualquer caminhada implica um banho ao mesmo tempo. E quem tem cães percebe a dor que é ter de sair de casa quando está a chover o Oceano Pacífico em cima de nós. Ainda por cima a Lady não gosta de capas. Eu bem queria vestir-lhe uma capa para a chuva, para ao menos não se molhar tanto, mas ela recusa.

Depois há a outra época, também tenebrosa para quem tem cães: a época da lagarta do pinheiro. Ainda por cima eu vivo numa zona onde todos os caminhos têm pinheiros. Juro. Não dá para dar uma caminhada de jeito porque todos os caminhos têm pinheiros. Logo, têm lagartas. O problema das lagartas é que elas são altamente tóxicas para os cães e nós no ano passado tivemos um susto desses com a Lady, portanto lesson learned e quando chegarem as lagartas lá vamos nós dar em malucas com a falta de opções para caminhar.

Mas, fora isto, juro que as caminhadas são a minha actividade física preferida.

Descobre este e outros episódios nas plataformas de podcasts:

2 Replies to “Crise de Identidade 11: O Poder Milagroso das Caminhadas”

  1. Compreendo-te perfeitamente. No meu caso, apesar de ser péssima aluna de Educação Física, depois da faculdade comecei a interessar-me muito por Pilates, Cardio e caminhadas. Sempre andei muito a pé e até há bem pouco tempo caminhava de casa para o trabalho e regressava da mesma forma. Ajuda-me a pôr as ideias em dia e agora que o tempo melhorou, tenho caminhado todos os dias. É o meu momento zen.

  2. Nas aulas de Educação Física, só não gostava quando fazíamos ginástica. De resto, topava a tudo. Mas, confesso, divertia-me mais quando era dança, basquetebol ou voleibol 😀
    Quero ver se retomo as minhas caminhadas, estou mesmo a sentir falta

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