Queres um abraço, Olivia Rodrigo?

Posso dar-te um abraço, Liv?

Acredita que isto é a primeira coisa que me vem à cabeça quando ouço SOUR, o álbum de estreia de Olivia Rodrigo.

Tal como muitas outras pessoas, fiquei a conhecer a Olivia Rodrigo depois do lançamento de drivers license… com a nuance de ter sido exclusivamente por causa da comunidade de fãs da Taylor Swift. Se não houvesse tantos fãs da Taylor a falar da Olivia é possível que me tivesse passado ao lado.

No entanto, confesso que a ignorei depois disso e só voltei à música dela quando SOUR saiu, no final de Maio, maioritariamente porque fiquei curiosa com as comparações entre este trabalho e os trabalhos dos Paramore (que adoro), Lorde e até Lana del Rey.

High School Drama

Acredito que este álbum teria sido um dos mais ouvidos da minha adolescência se tivesse existido entre 2009 e 2012. Primeiro, pelos géneros das músicas, que encaixam na perfeição com o que eu ouvia. Depois, porque toda a carga dramática das músicas é coincidente com a carga dramática de adolescente, que eu também tinha. Por fim, músicas sobre corações partidos na adolescência? I’m all in!

Não quero, claro, reduzir as músicas de SOUR a músicas sobre amores que acabaram mal. Acho que os corações partidos desta música não dependeram sempre de relações amorosas: basta ouvir jealousy, jealousy, uma música sobre como nos destruímos só a comparar-nos com outras pessoas que achamos serem melhores do que nós (mais bonitas, mais magras, mais tudo-de-bom).

Uma palavra para definir SOUR?

Talvez porque os corações continuam a partir depois da adolescência, tem sido muito fácil encontrar pessoas que se relacionam com as músicas do álbum. Foi assim que consegui criar alguma relação com estas músicas. Curiosamente, aquelas que me conquistaram de imediato encontram-se seguidas na disposição do álbum: deja vu, good 4 u enough for you.

No geral, apesar de não conseguir encaixar SOUR num álbum pop, mas este também não ser um álbum rock alternativo, acho que a melhor forma de o definir será dizer que é um álbum de… solidão.

I feel like no one wants me
And I hate the way I’m perceived
I only have two real friends
And lately, I’m a nervous wreck
‘Cause I love people I don’t like
And I hate every song I write
And I’m not cool, and I’m not smart
And I can’t even parallel park

Escolhi a palavra solidão com algum cuidado. Pensei dizer que era um álbum triste, mas não o acho totalmente triste. Pensei em usar confuso, mas não sei se definiria tudo. Escolhi solidão porque acho que é assim que todos nos sentimentos a certo ponto e é esse sentimento que me faz querer dar um abraço à Olivia Rodrigo e dizer que vai ficar tudo bem e que daqui a seis ou sete anos ela já nem vai reagir quando encontrar o rapaz que lhe partiu o coração.

Ao mesmo tempo quero canalizar toda a energia negativa de todas as vezes em que me partiram o coração e cantar algumas músicas em altos berros, como se estivesse a senti-los agora.

Não sei se SOUR será um daqueles álbuns que me vai acompanhar durante anos, mas, para este ano, acredito que vá surgir algumas vezes nas minhas listas de reprodução.

2 Replies to “Queres um abraço, Olivia Rodrigo?”

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