os pontinhos ligaram-se todos

Terminei na quinta-feira o meu último trabalho do penúltimo semestre da licenciatura. Como este blog nasceu depois do segundo ano de curso e, por isso, não sabes grande coisa sobre a forma como cheguei a este curso. Como, neste momento, muitos dos meus seguidores ainda estão no ensino secundário, achei interessante falar-te disto. Já tinha escrito sobre o curso no blog Lucky 13, mas, meio ano volvido, acho que há tanto que ficou por dizer que só assim faz sentido.

O Jornalismo veio ter comigo no ensino básico. As professores de Português diziam-me que eu escrevia bem e que iria dar uma excelente jornalista. Na verdade eu não fazia ideia se um jornalista precisava de saber escrever bem ou não, mas a verdade é que no início de cada ano, na altura das apresentações, era jornalista a profissão que eu dizia querer seguir. Antes disso quis ser actriz (via demasiado os Morangos com Açúcar, é o que é), professora de Inglês ou veterinária. Uma vez, por gozo, meti numa folha que queria ser cantora e levaram-me a sério… porque não me pediram para cantar, claro. Talvez devesse ter escrito humorista, mas na altura nem sabia que era profissão. Na verdade, foi sempre Jornalismo.

No 9.º ano quis seguir a via do Ensino Profissional, na área da Comunicação, mas houve uma professora que disse à minha mãe que era má ideia, que eu me ia perder, que era um desperdício… enfim, uma data de preconceitos parvos. Não fui para o Profissional, mas recusei-me a seguir a área que toda a gente considerava excelente, que diziam que tinha mais saídas.

Fui para Ciências Socioeconómicas. Tinha dúvidas e medos em relação ao Jornalismo e queria um backup. O Marketing era o meu backup. Se não tivesse decidido, com todas as forças, que ia para Jornalismo a esta hora poderia estar em qualquer outro lugar, licenciada em Marketing.

Quando eu dizia que queria seguir Jornalismo perguntavam-me por que motivo não tinha optado por Línguas e Humanidades porque, diziam eles, ia ter melhor média, não ia ter a Matemática a arruinar-me, etc, etc. Posso garantir-te hoje que não me arrependo nem um bocadinho de ter escolhido a área que escolhi. Tenho colegas que fizeram o Secundário em Ciências e Tecnologias, o que é ainda mais distante do Jornalismo.

Sabendo o que queria, faltava-me saber que local escolher. Fiz as minhas pesquisas todas. No 10.º ano já sabia médias de cor. Conheci a ESCS, vi o plano de estudos, falei com antigos alunos (obrigada, Raminhos!) e soube logo que era ali que queria estudar. A partir daí, Jornalismo na ESCS passou a ser o meu objectivo.

Não foi fácil chegar à ESCS, mas valeu a pena. Em 5 semestres (como assim já só falta um?) tive os meus medos, as minhas dúvidas e os meus momentos de achar que o melhor era desistir. Mas como poderia eu desistir do curso que sabia ser aquele de que gostava realmente? Ao contrário de muita gente, não consegui escolher o meu curso com base nas estatísticas de emprego, nos conselhos dos pais, família e amigos, naquilo que parecia interessante. Escolhi o curso por ser aquilo de que gostava. E toda a gente devia fazer o mesmo.

7 Replies to “os pontinhos ligaram-se todos”

  1. Hoje quando penso nisso também gostava de ter feito o secundário em profissional! Acho que nos prepara melhor, visto que tem estágio e apresentação final!

    1. Eu não me arrependo de ter feito num ensino "normal" mas acho que o profissional tem grandes vantagens e o estágio é uma delas.

  2. Gostei muito desta publicação, e, graças a ela, também me apercebi de que já passaram quase 5 semestre no meu caso, igualmente. Como assim, cinco semestres? Parece que ainda ontem andávamos todos ansiosos por saber onde tínhamos entrado e afinal…
    Ainda bem que optaste por algo de que realmente gostas. Isso é o mais importante!
    Beijinho*

    1. Mesmo! Parece que ainda ontem estávamos a partilhar a felicidade de termos entrado no curso e no local dos nossos sonhos!

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