Quando nasceste eu quis ficar contigo. Eras pequenina, linda e não tinhas cauda, o que eu achei engraçado. Chamei-te Dama, porque A Dama e o Vagabundo será sempre o melhor filme da Disney. Eu tinha sete anos e, sem saber, estava a pegar ao colo aquela que se ia tornar na minha melhor amiga e melhor companheira. Nestes mais de catorze anos estiveste sempre comigo. Estavas lá para me receber entre uma espécie de dança e muitas lambidelas quando eu chegava a casa. Chorei contigo o primeiro coração partido (e todos os outros), chorei contigo a morte da avó Guida, chorei contigo no final do secundário, quando não entrei na ESCS, quando entrei na ESCS e quando acabei o curso. Escrevi tanto ao teu lado, passei muitas manhãs de chuva a ver How I Met Your Mother e Gossip Girl contigo ao meu lado. Sofri contigo quando estiveste doente da última vez que tiveste cãezinhos e quando tiveste de ser operada em Março. Quando toda a gente me dizia que estavas a ficar velha eu sabia que estavas mas queria acreditar que ias ser daqueles animais que vivem muitos mais anos do que o esperado. Queria que conhecesses todos os meus amigos, o homem da minha vida e até o que não é da minha vida, só para te ver julgá-los com o olhar, cheirá-los desconfiada e, por fim, pedir festas e dormir ao lado deles. No entanto, não houve tempo. Foste a minha melhor amiga durante catorze anos. Quando eu ia para Lisboa e te dizia adeus ficava sempre de lágrimas nos olhos ao ver-te tão triste, como se achasses que eu te ia abandonar para sempre. Como poderia fazê-lo? Sempre foste a minha menina, sobre quem toda a gente me perguntava. Sempre que me deparava com a hipótese de ficar sem ti limitava-me a não pensar nisso. Mas não dá para evitar para sempre. Sei que me viste chorar muito nos últimos tempos. Por saudades de quem não está, por causa do trabalho e por te ver tão doente e sem saber o que fazer. Mas também te disse muitas vezes que te amava muito e que ia passar. E vai. Ainda não sei como vou chegar a casa sem te ter à espera. Quem vai acompanhar-me nas maratonas de séries nos dias de chuva? Quem vai dormir comigo nas noites de trovoada? Quem vai amar-me incondicionalmente como tu fizeste? Nós vamos amar-te para sempre, Dama. Para sempre mesmo. Obrigada por teres sido a melhor cadela, melhor companheira, melhor amiga de todo o sempre.
Os nossos animais de estimação, os nossos melhores amigos, deveriam viver para sempre. Fico tão triste por ti que fiz algo que, raramente em tanto tempo de leitora me aconteceu: chorar a ler uma publicação de blogue. Só me resta desejar-te toda a força do mundo Sofia e coragem para os tempos que se avizinham. E que guardes a tua Dama no coração, porque nele ela irá sempre viver e morar. E quando sentires falta dela é ao teu coração que recorres, porque ela to conquistou. E estará sempre lá para ti, mesmo que não a vejas. Um abracinho, Sofia!
Obrigada pelas palavras, Inn! Retibuo o abracinho!
Os animais são aquela coisa fantástica que estão sempre lá para nós. Mt força Sofia 🙂
Obrigada!
conseguiste descrever tão bem a relação que temos com os nossos animais que me puseste de lágrimas nos olhos. muita força!
Obrigada!
Isto partiu -me o coração :/ lamento Sofia
Descreveste super bem a tua relação com a tua cadela
Tenho um cão e não imagino a vida sem ele e mesmo que saiba que um dia vai partir eu não quero acreditar nisso
Obrigada! Espero que o teu cão fique contigo muitos anos!
Os animais são mesmo os nossos melhores amigos, portanto ler isto partiu-me o coração.
Lamento muito. Muita força :).
Beijinhos,
Cherry
Blog: Life of Cherry