No início do ano li The Handmaid’s Tale, da Margaret Atwood. No final do livro fiquei com várias questões na cabeça. Faltava saber tanta coisa! Felizmente, mais ou menos nessa altura, a Margaret Atwood anunciou que ia publicar uma sequela da história, passada quinze anos depois do fim de The Handmaid’s Tale. A sequela, este The Testaments, saiu em Setembro.
Se ainda não leste The Handmaid’s Tale, o resto da publicação pode conter spoilers sobre o primeiro livro (e sobre as duas primeiras temporadas da série). Se continuares a ler, não digas que não avisei!
The Testaments
No final de The Handmaid’s Tale, a Offred sai de Gilead, mas não fazemos ideia do que aconteceu depois. Sobreviveu? Encontrou novamente as filhas? E Gilead mantém-se em pé? O resto do mundo não faz nada? Bem, eu fiquei com muitas perguntas no final do livro.
The Testaments começa quinze anos após o final do primeiro livro. A principal diferença deste para o primeiro livro é que é narrado por três personagens diferentes, três mulheres com ligações diferentes a Gilead. Não vou dizer quem são para não estragar a surpresa. No entanto, as três perspectivas dão-nos uma visão maior sobre aquela teocracia e são muito importantes. Não é difícil perceber quem são as narradoras, no entanto o factor surpresa não está totalmente arruinado.
Ficamos, claro, a saber o que aconteceu às filhas da Offred, a primeira e a Baby Nicole, ganhamos uma nova ideia sobre o início de Gilead e percebemos como funcionam algumas estruturas daquela sociedade. Também percebemos, felizmente, o que aconteceu a Offred depois de sair de Gilead. Vamos respirando de alívio entre momentos que nos cortam a respiração.
Era mesmo necessária uma continuação?
Tendo em conta que The Handmaid’s Tale foi publicado na década de 1980, confesso que tinha algumas dúvidas sobre se a sequela ia valer a pena. Claro que havia muitas perguntas a precisar de resposta, mas havia a dúvida sobre a capacidade de a Margaret Atwood responder a essas perguntas ao mesmo tempo que fazia um livro relevante.
Nada temam: o livro é bom, muito bom. No entanto, para mim, o The Handmaid’s Tale é melhor. Ainda assim, o tom de The Testaments é diferente e não termina da mesma forma, com aquela sensação de nó na garganta, de medo. The Testaments dá a esperança que The Handmaid’s Tale tira.
Onde é que entra o tema do Uma Dúzia de Livros?
Em Setembro, o tema do Uma Dúzia de Livros era recomeços. Este não é, certamente, o livro mais óbvio para ler sobre este tema. No entanto, quando me aproximava do fim percebi que era o livro ideal para falar de recomeços. Não é um recomeço óbvio, mas é um recomeço. Isto acontece precisamente pela tal sensação de esperança que o livro transmite. Aquela sensação de que é possível viver depois da teocracia, de que podes sair viva e continuar, lutar.
Se não lês em inglês, a boa notícia é que a tradução portuguesa deve chegar no início de 2020. Já agora, em Setembro escrevi sobre The Testaments no blog da Bertrand, por isso, se tiveres curiosidade, espreita o artigo aqui.
Bertrand // Book Depository // Wook
Ao comprares através de um destes links eu ganho uns cêntimos, que poderei utilizar para comprar mais livros e assim assustar ainda mais a minha mãe com a falta de espaço para livros que já se nota.
Título original: The Testaments
Título em português: [não aplicável]
Autora: Margaret Atwood
Ano: 2019
Tenho o primeiro em lista de espera há algum tempo. E a minha curiosidade só aumenta. Que venha de lá a tradução do segundo, assim compro-os de seguida ahahah
Uma coisa que adoro nos temas dos clubes de leitura é que acabam por nos permitir explorá-los de uma forma que pode não ser tão óbvia. Isso é mesmo desafiante 🙂
Já sabes a minha opinião sobre o livro, portanto não há mais a dizer a não ser: LÊ, LÊ, LÊ! ?
Quero poder reler primeiro o “The Handmaid’s Tale” para depois ler o “The Testaments”. Aproveito assim para comprar um exemplar físico de cada um, visto que li o primeiro no Kindle e quero tê-los na minha estante ?
Mas estou muito curiosa!
Também os quero em formato físico, no entanto odeio a capa da versão portuguesa do primeiro livro portanto acho que, se comprar, será em inglês – as capas são tão simples e bonitas!