Já passou tanto tempo desde o fim-de-semana passado no Porto que não sabia como ia fazer este roteiro de Gaia ao Porto. Pensei fazer uma publicação para cada local visitado e outra geral, com aqueles que já não eram novidade. Também pensei numa publicação para todo o fim-de-semana, mas ia ficar muito grande (ainda mais do que esta). Foi então que me lembrei de que vários blogs costumam fazer roteiros por dias e achei que se adequava. Por isso, hoje começamos com um roteiro do primeiro dia na cidade mais linda do mundo (nem tentes contrariar-me).
Neste episódio: capelas junto ao oceano, golos do FC Porto, a fronteira fluvial Gaia-Porto e morrer de vertigens pela fotografia perfeita.
Roteiro de Gaia ao Porto
Cheguei à estação de Vila Nova de Gaia-Devesas na penúltima sexta-feira de Agosto, já perto das dez da noite. Não sei se alguma vez mencionei por aqui o quanto gosto do Alfa Pendular, mas vale a pena repetir: que maravilha! Só queria que a Linha da Beira Alta também tivesse acesso ao Alfa!
Como já cheguei tarde, não há muito a dizer sobre esse dia. Começamos, então, por sábado.
Capela do Senhor da Pedra, Vila Nova de Gaia
A nossa primeira paragem do roteiro é um lugar talvez menos óbvio, embora seja conhecido. A Capela do Senhor da Pedra fica na praia de Miramar, em Gaia. É conhecida precisamente porque fica na praia, à beira do Atlântico.
A capela surpreendeu-me por ser ainda mais pequena do que eu imaginava que seria. Pelo que consegui perceber, a capela está aberta 24 horas por dia. Do lado de fora é possível ir às traseiras e, quem sabe, aventuras-te nas rochas (com cuidado, claro!).
A Capela do Senhor da Pedra foi construída durante o século XVII e pensa-se que a sua origem é pagã. Foi restaurada em 1996. Depois de a ver à luz da manhã, fico a dever-lhe uma visita ao pôr-do-sol. As fotografias vão ficar incríveis!
A capela, hexagonal, é um lugar de paragem obrigatória na costa portuguesa. No cinema, já a vimos num filme de humor português, Mau Mau Maria.
Localização: Alameda do Sr. da Pedra, 4410 Vila Nova de Gaia
Coordenadas GPS: 41.06877, -8.65875
Horário: aberta 24 horas
Preço: Gratuito
Acessibilidade: apesar de a praia ser acessível a cadeiras de rodas, o acesso à capela é feito por escadas.
Estuário do Douro
Do Senhor da Pedra seguimos para junto do Douro, mais concretamente para a zona do Estuário do Douro, ali perto da praia da Cabedelo e da Afurada. Nesta parte é preciso referir várias coisas. Felizmente, o que não falta é imagens para acompanhar esta parte do percurso.
Eu não conhecia a Reserva Natural Local do Estuário do Douro e, honestamente, não fiquei totalmente a conhecer. Isto porque é uma zona grande, claro, e nós não fomos observar aves. Também não sei se me queria aproximar de todas as zonas do estuário porque, como podem ler no site da reserva, é uma zona propícia a sapais. Eeeeewwwww.
Além da biodiversidade, a zona do Estuário do Douro é também dotada de uma beleza ímpar. É nesta zona que se faz, como talvez saibas, o festival Marés Vivas, mais concretamente na praia do Cabedelo. Foi daqui que vieram algumas das minhas fotografias preferidas do ano, tal como a primeira fotografia desta publicação.
Este foi um lugar que me fez respirar (numa altura em que estava a ser difícil respirar). Foi, também, um lugar onde me imaginei a passar horas sentada num qualquer espaço a ler ou escrever. Há-de acontecer.
A cada visita que faço ao Porto e aos arredores percebo onde quero e onde preciso de estar. É excelente ir conhecendo os lugares mais turísticos, mas estes pequenos recantos que ainda não estão cheios de pessoas tornam tudo ainda mais bonito.
E daqui partimos para mais perto de casa.
Localização: Miradouro do Estuário do Douro, Vila Nova de Gaia
Coordenadas GPS: 41.136609, -8.668184
Horário: não aplicável
Preço: não aplicável
Acessibilidade: há passadiços para a reserva e muito do percurso por forapode ser feito sem grandes problemas por quem tem problemas de mobilidade ou quem esteja em cadeira de rodas.
Cais de Gaia
O Cais de Gaia não era novidade para mim. Há dois anos, logo no primeiro dia, visitei-o com a minha mãe. Ainda assim, acho que é um ponto obrigatório em todas as visitas. Primeiro, porque tem uma vista privilegiada e magnífica – para a Ribeira. Depois, porque toda a zona ribeirinha de Gaia tem uma vida muito própria.
Admito que este é um dos meus locais preferidos. A vista para o Porto é espectacular, mas o Cais de Gaia tem vida própria. Há restaurantes para todos os gostos e o Mercado Beira-Rio estava cheio. Também por ali existe algo a que ainda devo uma visita: as Caves do Vinho do Porto. Haverá outras oportunidades.
Localização: Cais de Gaia
Coordenadas GPS: 41.137280, -8.616198
Horário: não aplicável
Preço: não aplicável
Acessibilidade: acessível a pessoas com mobilidade reduzida ou em cadeira de rodas.
De Gaia ao Porto
Depois de darmos uma volta pelo Cais de Gaia, o Diogo levou-nos de carro até perto do Jardim do Morro, fez um estacionamento perigoso e seguimos a pé até ao Porto. Fotografei muito pouco a Ponte D. Luís porque estavam a pintá-la e, portanto, não estava propriamente fotogénica.
Sempre que atravesso uma ponte a pé não deixo de ficar orgulhosa por enfrentar as minhas vertigens (more on that later), por isso foi também uma vitória ficar num espaço mínimo a fotografar e até fazer vídeos enquanto ia de Gaia ao Porto. Daqui, seguimos para o almoço. Cuidado: vêm aí imagens fortes!
Bira dos Namorados, Porto
Não conhecia o Bira dos Namorados, mas assim que entrei fui conquistada pela decoração do espaço. O restaurante é totalmente inspirado pela tradição minhota e os pormenores da região estão presentes em todo o lado.
Se a decoração é boa, a comida não lhe fica atrás. Começámos por pedir, para dividir, bolo do caco da Madeira, que vem metade com manteiga de alho e a outra metade com queijo da ilha gratinado e manteiga de linguiça (custa 4,50€). Para beber, uma limonada (1,50€).
As opções para comer são múltiplas e com excelente aspecto. Além disso, há opções vegan e vegetarianas. Eu comi o hambúrguer Malhão (carne de vaca grelhada, tomate, alface, queijo minhoto, cogumelos e maionese de alho), que vem com batatas fritas e salada e que custou 7,40€. Para terminar, um cheesecake (3,50€). O veredicto final? Comida boa, decoração boa, preços nada exorbitantes. Três pessoas a saírem dali quase a rebolar.
Localização: Rua de Ceuta n.º 61, Porto
Coordenadas GPS: 41.148227, -8.613926
Horário: de 2.ª a 5.ª feira – 12h às 23h; 6.ª feira – 12h às 23h30; fim-de-semana: 12h30 às 23h30.
Selina, Porto
Falar do Selina Porto é falar de um espaço múltiplo: é um coworking, é um hostel, é um bar. O conceito anda mais à volta do coworking e do hostel, mas tem um café e um espaço exterior onde, ao que parece, há sempre coisas a acontecer. Quando fomos havia um concerto.
Parámos por lá a meio da tarde, entre passeios por ruas aleatórias, para descansar e beber um copo. Achei o Selina um lugar cheio de vida e, embora não seja o lugar mais óbvio para uma paragem, pode ser o ideal para passar um bocado.
Localização: Rua Das Oliveiras nº 61, Porto
Coordenadas GPS: 41.149706, -8.614886
Horário: 7h30 – 24h.
Café Santiago, Porto
Da última vez tinha estado ali ao lado, no Lado B. Desta vez uma pessoa do Porto sugeriu-me o Café Santiago, alegando que era a melhor francesinha da cidade. Não me vou arriscar na declaração de melhor francesinha do Porto porque planeio provar muitas ao longo da vida, mas vou contar-te como é que o Café Santiago ganhou o meu coração.
Durante a tarde fui a uma das lojas do FC Porto buscar uma encomenda e, por isso, andei com um saquinho do clube. Neste dia, o FC Porto foi jogar à Luz, com o Benfica. Nós fomos jantar a essa hora. Eu estava a tentar acompanhar o jogo pelo telemóvel. Um dos funcionários percebeu que eu era portista e assim que aconteceu o primeiro golo foi logo à nossa mesa dizer que tinha sido golo. Ficámos tão surpreendidos que mal conseguimos reagir.
Quanto à comida, uma francesinha com batatas fritas custou 9,25€ e o molho era realmente bom. Como já é meio de conhecimento geral, eu adoro francesinha por isso é muito difícil me desiludir com ela. A sandes não foi a melhor (preferi a do Lado B, em 2017, a esta), mas, honestamente, toda a mistura de sabores era boa por isso não fez grande diferença. Entretanto já tenho outros lugares apontados para as próximas excursões às francesinhas no Porto (e em Gaia).
Localização: Rua de Passos Manuel n.º 226, Porto
Coordenadas GPS: 41.146611, -8.604920
Horário: de 2.ª feira a sábado – 11h às 23h. Fecha ao domingo.
Sem rumo, com rumo, rumo ao Porto
Ao longo da tarde acabámos por andar a passear pela Baixa e pela Batalha, sem termos propriamente um plano definido. Gosto disso. A cada rua há um qualquer pormenor que me faz apaixonar ainda mais pela cidade e, por isso, estes passeios sem rumo, mas com rumo, sabem muito bem.
Há qualquer coisa de familiar sempre que ando pelas ruas do Porto. Sinto-me sempre em casa. Até em ruas nas quais nunca tinha passado. Não sei se há algo que explique este fenómeno, mas, para mim, serve apenas de motivação para voltar. E para querer fazer do sentimento a realidade.
Portanto, no primeiro dia fomos do Senhor da Pedra à Baixa do Porto, comemos bem, vimos muito, andámos muito. O FC Porto ganhou, eu vesti a minha camisola linda dos 125 anos do clube, personalizada, e rumámos novamente ao Jardim do Morro, ao pôr-do-sol. Já tinha saudades!
Foi aqui que decidi ser um bocadinho corajosa. Lembras-te de falar das vertigens? Pois, eu tenho vertigens. Tenho um medo terrível de alturas e, embora o tente sempre contrariar, nem sempre é fácil. Mas tinha em mente uma fotografia muito específica. Ou ganhava o medo ou ganhava a fotografia.
Ia morrendo de medo só para tirar uma fotografia. Mas valeu a pena!
Entreguei a câmara ao Diogo, respirei fundo, olhei para baixo várias vezes, e decidi que ia ganhar a fotografia. Não foi fácil. Juro-te que temi pela vida, embora nunca tenha estado em perigo. No final enfrentei o medo das alturas e subi ao muro, sentei-me e rezei para que o Diogo conseguisse tirar várias fotografias e rápido, para poder sair dali rapidinho. Consegui. Não morri. Saí dali com a fotografia que queria. E com um bocadinho menos de medo de alturas… mas ainda com medo suficiente.
Cenas do próximo episódio: a Pérgola da Foz festejou a minha chegada, dezenas de fotografias minhas a fotografar, um amigo canino e um olá ao melhor lugar do mundo.
É óbvio que amei esta publicação! Sabe a casa ?
Só agora é que me lembrei que não respondi à tua pergunta, desculpa. É claro que podes replicar 😀
Awwwww, que comentário bom! ?
Vou guardar, pois quero visitar o Porto este ano 😀
Espero que seja útil! ?