Acabou, no final de Janeiro, uma das minhas séries preferidas dos últimos anos… e de sempre, para ser justa: The Good Place. Quando a conheci, no Outono de 2017, já tinha uma temporada e meia para ver. A série prendeu-me de tal forma que vi esses episódios todos em menos de dois dias.
The Good Place é uma série sobre filosofia, mas abordando muito mais do que filosofia. A série começa por pressupor que, quando morremos, existe um lugar para onde vamos se tivermos sido bons na Terra: o Lugar Bom. Se tivermos sido maus então vamos para o Lugar Mau. No entanto, Eleanor Shellstrop vai parar ao Lugar Bom depois de morrer e percebe que está ali por engano.
Quatro temporadas que sabem a pouco
A coexistência de filosofia, humor e uma escrita absolutamente invejável, fizeram de The Good Place uma série impossível de não assistir. Com todo o êxito e qualidade parece estranho dizer que, ao fim de quatro temporadas, a série terminou.
No entanto… quantas vezes não dissemos que determinada série devia ter terminado mais cedo ou que o final foi terrível? The Good Place acaba cedo, sim, mas acaba de uma forma praticamente perfeita e, por nos deixar a querer mais, destrona todas aquelas vezes em que dissemos que uma série teve demasiadas temporadas.
Tudo certo, mas se ficamos a querer mais não era melhor ter mais?
Saber acabar um projecto destes é muito importante. Por exemplo, How I Met Your Mother é uma das minhas séries preferidas de sempre. No entanto, a última temporada correu mal e o final demorou a encaixar na cabeça dos fãs. Outro caso foi Game of Thrones: gostei do final, mas a última temporada parecia estar a querer contar uma história em contra-relógio.
The Good Place tem o melhor de vários mundos: boa escrita, boa interpretação, bom final e zero desilusões. Claro que gostávamos de passar mais tempo com a Eleanor, o Chidi, a Tahani, o Jason, o Michael e a Janet. Mas toda a série está construída de forma a que, ao chegarmos ao final, fiquemos satisfeitos. Dá muito em que pensar, claro, mas não desilude. E agora, sempre que as saudades apertarem, é ver de início. Porque vale a pena.
Título original: The Good Place
Elenco: Kristen Bell, Ted Danson, William Jackson Harper, Jameela Jamil, D’Arcy Carden, Manny Jacinto
Criador:Michael Schur
Anos: 2016 – 2020
Onder ver: Netflix
Saber acabar, por muito que custe, é tão uma forma de valorizar o projeto. Porque, muitas vezes, ao quererem prolongar as séries, acabam por estragar todo o enredo.
Tenho mesmo que ver!
Ai, tens, sim! Vale tanto a pena!
Eu só descobri esta pérola no final de 2019 e caramba, what a ride. Tenho de admitir que fiquei triste por ela ter acabado, mas adorei como ela acabou. Deu-me uma sensação de paz incrível.
Tal como tu, tornou-se uma das minhas séries favoritas dos últimos tempos (se não de sempre) e cheira-me que a vou revisitar muito em breve, ou quando achar que preciso.
O The Good Place fez-me pensar muito sobre isto de viver e morrer e não estava nada à espera de ser uma série tão profunda, com perguntas e assuntos tão pertinentes tendo em conta que é considerada uma série de comédia.
Eu também não esperava algo tão profundo, mas conseguiram juntar comédia e complexidade de uma forma magistral.