No final do semestre passado, decidi partilhar uma mini-review de todos os livros que tinha lido para o mestrado. Com o final do segundo semestre, quis fazer o mesmo. Além destas publicações, tenho também uma estante no Goodreads intitulada leituras de mestre, onde junto todos os livros lidos para o mestrado ou recomendados pelos professores.
À semelhança do semestre passado, esta publicação vai funcionar assim: vou listar todos os livros que li (não vou incluir textos soltos, por motivos óbvios) e escrever duas ou três linhas sobre os mesmos. No final vou ainda incluir alguns que não li (mas devia) e que ficam para a próxima.
Livros do segundo semestre
After Theory, Terry Eagleton
Este foi o último livro do semestre e, na realidade, não era uma leitura obrigatória. Lemos os primeiros dois capítulos para Teoria da Literatura e gostei tanto da escrita de Eagleton que quis ler o resto do livro (e agora quero ler outros livros dele também).
Apontamentos sobre a Picaresca Viagem do Imperador de Rasilb pela Europa, Rafael Bordalo Pinheiro
Leituras meio improváveis: uma banda desenhada de Bordalo Pinheiro, do século XIX, de crítica ao imperador do Brasil. Foi uma leitura para Literatura Portuguesa e Hibridismo dos Géneros, daquelas em que nem há muito a dizer porque, simplesmente, o que dizer?
Cartas Portuguesas, Mariana Alcoforado
Já chegamos às Novas Cartas Portuguesas, mas, antes disso, as cinco cartas de amor atribuídas à freira Mariana Alcoforado fizeram parte da leitura de Estudos Feministas. Achei-as muito dramáticas (ou então já não tenho paciência para textos de amor), mas ler NCP depois destas cartas faz muito mais sentido.
O Culto do Chá, Venceslay de Moraes
Mais uma leitura para Hibridismo dos Géneros e, tenho a dizer, foi uma leitura que me surpreendeu porque gostei mesmo muito desta perspectiva do Japão.
Diário de um Zé-Ninguém, G & W Grossmith
Escrevi sobre este livro para Estética Literária e, apesar de ser um livro cómico, não é um livro para estar sempre a rir. Gostei da leitura, mas acho que teria gostado mais se não tivesse de escrever sobre ela.
Floriram por Engano as Rosas Bravas, Dora Nunes Gago
Tivemos o privilégio de ler este livro da Dora Nunes Gago de forma gratuita porque ela foi professora-convidada numa aula de Tópicos em Comparatismo. São contos curtos e não gostei de todos, mas gostei da particularidade de serem passados em Macau, onde a autora vive.
Myra, Maria Velho da Costa
Apresento-te o meu livro português preferido do ano! Quero muito escrever sobre ele porque já passaram semanas e eu ainda adoro o Myra com todo o meu coração. Acabei em lágrimas, é certo, fui levando vários murros no estômago, também é certo, mas este livro é absurdamente bom.
Novas Cartas Portuguesas, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta
O que seria de uma cadeira de Estudos Feministas sem o grande livro feminista português? É um livro complexo, com um ritmo muito próprio, por vezes foi meio aborrecido, por vezes foi triste ou revoltante, mas é um livro icónico.
O Riso, Henri Bergson
Para o trabalho de Estética acabei a ler este ensaio do Henri Bergson sobre o riso e a comédia. É um ensaio do qual já ouvi o Ricardo Araújo Pereira falar várias vezes e é muito interessante se o humor é um tema que te cative.
Passaporte para o Céu, Paulo Moura
Foi uma releitura, com o propósito de escrever sobre ele para Tópicos em Comparatismo. Tal como da primeira vez, foi um livro de que gostei muito, em que o tema migração surge tão pertinho. É de 2006, mas podia ser de 2022 porque não mudou assim tanto.
Romance da Raposa, Aquilino Ribeiro
Este foi o livro infantil mais difícil que já li na vida. Não consigo dizê-lo de outra forma. Claramente foi escrito para uma classe social alta, mas, mesmo assim, será que as crianças dessa classe são assim tão cultas para compreender todas as palavras?
Tratado das Contradições e Diferenças de Costumes entre a Europa e o Japão, Luís Fróis
Mais um livro sobre o Japão para Hibridismo de Géneros. Este é, de uma forma resumida, uma lista de diferenças que Luís Fróis encontrou no Japão na altura em que os portugueses lá chegaram com o objectivo de cristianizar aqueles povos.
Vai, Brasil, Alexandra Lucas Coelho
Estou fã da Alexandra Lucas Coelho! Escrever sobre este livro não foi fácil, mas como gostei tanto do livro até perdoo. É uma mistura de crónicas de viagem e crónicas políticas de parte do tempo que a escritora passou no Brasil e é um livro tão agradável de ler. Tenho mais dela para ler!
Os Vampiros, Juan Cavia e Filipe Melo
Por fim, li a banda desenhada da dupla Cavia & Melo para Hibridismo dos Géneros e gostei muito. Nunca tinha lido BD portuguesa e gostei muito desta, passada durante a guerra colonial. Quero ler Balada para Sophie, sem dúvida.
Os livros que ficaram na lista para ler
- Niketche: uma História da Poligamia, Paulina Chiziane
- Maremoto, Djaimilia Pereira de Almeida
- O Museu da Rendição Incondicional, Dubravka Ugresic
- Um Quarto Só Meu, Virginia Woolf
- Sonnets from the Portuguese, Elizabeth Browning
- Words are my Matter, Ursula K. Le Guin
- How To Suppress Women's Writing, Joanna Russ
Além destes, podes descobrir todos os livros da lista na estante do Goodreads! Há muitas leituras académicas e ensaístas, mas com temas que te podem interessar, seja porque motivo for.
Myra 💙
Tenho o Novas Cartas Portuguesas na estante e até fiquei com uma certa vontade de ler o Cartas Portuguesas, só para ter essa perspetiva mais ampla.
No meu terceiro ano de licenciatura, também analisei o Romance da Raposa e lembro-me que vacilei na leitura, porque, lá está, é difícil. Sendo de literatura infantil, fico com dúvidas que consiga chegar à maioria das crianças.
Adorei Balada Para Sophie, tornou-se um dos meus livros favoritos de vida. Quero muito ler mais coisas desta dupla [acho que vou aproveitar a Feira do Livro para isso
Alguém que compreenda o meu amor pelo Myra!
Esquece, eu não sei como é que o Romance da Raposa podia ser lido por crianças… difícil, difícil.