Não sei quando decidi que tornaria esta uma rubrica anual, mas fez-me sentido que a forma de relatar a minha saga do dentista de forma mais extensa fosse esporádica — porque de mês para mês nunca teria assim tanto a partilhar de forma interessante ou sem cair em detalhes médicos difíceis de compreender sem imagens. Pronto, admito, talvez a saga do dentista não seja interessante e ponto final, mas é uma coisa da minha vida e vai continuar a ser durante mais alguns meses, por isso levam com ela na mesma. Aqui trabalha-se com a rebeldia.
Aproxima-se o fim do segundo ano deste processo e este ano foi muito mais tranquilo em termos de dores e de consultas. Comecei o ano a tirar o segundo siso, uma cirurgia mais tranquila do que a anterior, mas com muito mais efeitos secundários da medicação. Ainda assim tudo correu bem e pudemos continuar o processo normal do aparelho. Neste momento, já resolvemos um dos problemas que tinha: a mordida cruzada está resolvida e a classe III completamente tratada. O perfil já mudou e os resultados ainda não apagaram as dores iniciais da barra transpalatina, mas pelo menos fizeram valer a pena.
Neste momento andamos em modo tapar buracos, que é como quem diz: mover dentes de forma a fechar o espaço que ficou livre depois dos dois dentes que tirei no fim do ano passado. Há meses em que parece que nada mudou, mas há outros em que noto cada vez mais diferença. Foi um ano de manutenções e de tratar dos dentes com compromisso, incluindo no uso dos elásticos intraorais. Ainda na sexta-feira, na consulta de manutenção, comentava com a ortodontista que me tenho esforçado, até porque só perdia se não o fizesse.
Já estou com aparelho há tanto tempo que às vezes já não me lembro de como era estar sem aparelho. Tenho saudades de comer maçã à dentada, de não ter de me preocupar com bocados de comida presos no aparelho, de não ter de pensar se consigo comer facilmente aquilo que quero ou se é melhor optar por algo diferente. Mas os resultados têm sido tão bons que só quero mesmo trabalhar para que continuem assim neste próximo ano.
2025 será ano de manter as manutenções até tudo estar no sítio devido. Para já, estamos a correr a maratona com calma, mas em breve começa o sprint final. Tenho cada vez mais curiosidade em ver o resultado final, mas, até lá, ainda falta um pouco.