Não falámos sobre prendas de Natal, pois não? Este livro, Confesso, foi uma prenda de Natal que me chegou por correio, de forma inesperada. Foi, por isso, a desculpa ideal para voltar a Colleen Hoover antes de Regretting You e de Verity (que ainda não li).
Já vou em quatro livros da Colleen e, por isso, já começo a reconhecer vários padrões nestes livros, que são de géneros semelhantes e, por isso, parecem funcionar de forma muito semelhante também. Aquilo que é característica principal dela é escrever sobre temas pesados em narrativas mais leves e este é mais um desses casos.
Confesso: uma ligação ficcional com tanta força real
O Confesso tem uma história que apenas vamos desvendando e compreendendo na sua totalidade à medida que avançamos (muito) no livro. Começa com uma analepse, com Auburn ainda adolescente, e só depois chegamos ao tempo presente. No presente, Auburn é muito cautelosa e tem tudo planeado para que a vida corra sem precalços. No entanto, o facto de precisar de algum dinheiro extra faz com que conheça Owen, dono de uma galeria onde expõe as pinturas que faz.
A ligação entre Auburn e Owen torna-se logo muito intensa e forte, daí ser, para mim, o ponto mais ficcional de todo o livro. Não acredito que haja assim tanta possibilidade de uma ligação assim se desenvolver em apenas umas horas. No entanto, é uma relação tão forte que passa automaticamente para quem a lê, de tal forma que a certo ponto nos esquecemos de que eles acabaram de se conhecer.
O bom, o mau e o gatilho.
Estou muito curiosa para ler Verity porque é, ao que já vi por aí, disruptivo e quebra por completo este ciclo de livros com uma fórmula parecida. Não que eu não goste, mas estou com muita vontade de ler a Colleen num registo diferente.
Ainda assim, este livro não é propriamente previsível (tal como nenhum dos outros é) e está, mais uma vez, muito bem construído e escrito, o que prova que em equipa que ganha não se mexe. Neste caso em construção de história que ganha não se mexe. A melhor parte? A motivação de Auburn perante o seu objectivo e estar disposta a ser infeliz se isso lhe permitir cumprir o objectivo. A pior parte? A relação do Owen e da Auburn parece, por vezes, muito repentina.
Alerta gatilho: o livro aborda consumo e venda de substâncias ilíticas, relacionamentos abusivos, luto e violação.
E agora, os spoilers.
Normalmente, falaria disto normalmente no texto, mas, como é uma informação que pode ser considerada spoiler não quis que as pessoas com spoilerfobia tivessem problemas. Por isso cá vai.
Quando percebemos que a Auburn tem um filho isso apanha-nos um bocadinho de surpresa. No entanto é o facto de ela estar disponível a fazer tudo (até abraçar uma relação infeliz com o Tyler) para ficar com o filho e tê-lo bem e feliz que muda tudo. Essa é, para mim, a parte mais bonita do livro. Sim, sim, a relação com o Owen é querida e a história final ainda mais, mas uma mãe que faz tudo pelo filho foi o que mexeu realmente comigo.
Foi a melhor parte do livro. Porque as mães dignas de assim serem chamadas têm esta força sobrenatural que faz com que se tornem imparáveis quando o assunto é cuidar dos filhos. E nisto, nisto o livro ganhou por completo o meu coração.
Título original: Confess
Título em português: Confesso
Autora: Colleen Hoover
Ano: 2015 (PT: 2016)
Comprar*: Wook // Book Depository
*ao comprares através destes links eu ganho uns cêntimos, que poderei usar para comprar mais livros.
A minha curiosidade em relação a esta autora é gigante! Tenho que acrescentar mais este livro à lista
Sim, sim, sim! Tens de ler alguma coisa dela!