Fevereiro: 28+1

Depois de 2012 e de 2016, tenho pouco amor por anos bissextos. No entanto, gosto do dia 29 de Fevereiro. É um dia extra, como um dia que ganhamos, de vez em quando, por nada. Por nada não é bem verdade. O Expresso fez um artigo sobre o assunto e explicou que há dois principais motivos para termos este dia. 

Um deles é porque em 1582 saltaram do dia 4 para o dia 15 de Outubro. O outro é mais conhecido: a Terra demora cerca de 365,25 (valor aproximado) dias a completar a sua translação (movimento da Terra à volta do Sol). Daí que, a cada quatro anos, haja um dia extra, para acertar as contas desses 0,25 dias que sobram.

Apesar de ser o mês mais curto, mesmo com o dia extra, foi um mês cheio de acontecimentos e de Coronavírus.

Aconteceu em Fevereiro...

No mês passado falámos aqui de Coronavirus, que entretanto se espalhou um bocadinho por todo o mundo. Infelizmente para a CMTV, Fevereiro foi uma série de falhanços. Passámos Fevereiro assim: Temos Coronavirus! Não temos Coronavirus! Temos Coronavirus! Não temos Coronavirus! Que canseira! Por todo o mundo, as pessoas têm esgotado o stock de máscaras e, para provar que a desinformação é o pior inimigo da sociedade, milhares de pessoas deixaram de ou assumiram deixar de comprar a cerveja Corona. Porquê? Sim, por isso mesmo que estás a pensar: acham, erradamente, que a cerveja e o vírus estão relacionados. Ai, ai.

Por cá, o mês começou com o Parlamento a votar conta a redução do IVA da electricidade de 23% para 6% (ou para 13%), provando assim que isto de ter electricidade em casa não é assim tão essencial. Com licença, vou ali desligar o aquecimento e o frigorífico. Já que estamos nisto, acho que desligo logo o contador. Já volto!

Nem tudo foi mau, vá. Uns dias depois as propostas de despenalização da eutanásia foram aprovadas e demos mais um passo para um futuro melhor, onde temos realmente liberdade de escolha. Se tiveres curiosidade, há dois anos escrevi sobre o assunto.

Noutro país, neste caso na Escócia, o Parlamento aprovou um projecto de lei que determina que os produtos de higiene feminina (como tampões e pensos) vão ser disponibilizados gratuitamente em certos locais públicos. Se quiseres saber mais sobre o assunto, lê este artigo do Público.

No início do mês, morreu, aos 103 anos, o Kirk Douglas. Não sei se o nome te diz algo, mas o actor era pai de um outro actor, Michael Douglas. Era, também, o protagonista de um filme de que gostei muito, o Ace in the Hole, de 1951. O título em português é O Grande Carnaval, algo que faz todo o sentido porque, no filme, um acontecimento jornalístico torna-se num absoluto carnaval. Vale a pensar nisto. E podes ver o trailer aqui.

Também aconteceu...

Vamos falar de futebol? Vamos, pois! Primeiro a melhor parte: o FC Porto ganhou ao Benfica. Numa semana estávamos a 7 pontos, com possibilidade de ficar a 10 pontos se perdêssemos este jogo. Ganhámos. Ficámos a 4. Na semana seguinte ficámos a 1. Podia ser algo digno de festejo, mas esse jogo deixou de ser importante no momento em que alguns adeptos do Vitória de Guimarães decidiram ser racistas.

O assunto Marega esteve por todo o lado, por este blog também, e meteu o tema racismo novamente na ordem do dia. A atitude do Marega foi aplaudida, precisamente porque ouvir e calar não resolve situações e não muda a história. Se vai mudar alguma coisa? Talvez não, mas foi um pequeno passo para o Marega e um grande passe para a humanidade.

E já que estamos em futebol, todas as equipas portuguesas que estavam a disputar os dezasseis avos de final da Liga Europa saíram todos da competição. É a isto que chamo fairplay. Saem todos, ninguém se ri, todos choram. Bem, Portugal!

Lembras-te da Duffy? Na altura em que a Adele surgiu, a Duffy também tocava muito nas rádios e depois, com os anos foi desaparecendo. Em Fevereiro ficámos a saber porquê. Foi revoltante e angustiante ler a publicação dela a explicar que tinha sido drogada, violada e sequestrada e que tinha precisado de muito tempo para recuperar dessa situação. Agora que se sente com um bocadinho menos de coração partido, espero que volte a cantar. Podes ler mais sobre este assunto no artigo da Billboard.

A nível pessoal, foi mês de ver os GNR ao vivo e de assistir a uma masterclass de maquilhagem, dada pela Helena Coelho. Duas experiências muito boas e que ficarão na memória.

O que li

“Tennis—I’m Saying Goodbye.”

Brexit: um ‘perguntas e respostas’ para os ainda confusos

Aos 32 anos, a Maria Sharapova anunciou o fim de carreira com um artigo escrito exclusivamente para a Vogue e Vanity Fair. Além deste ensaio, vale a pena ler o que o José Morgado escreveu para o Bola Amarela.

Depois do Brexit, o Shifter reuniu várias informações importantes sobre a situação, para que ninguém tenha desculpas para não estar dentro do assunto.

O que ouvi

Um dos podcasts de que mais tenho gostado é o Sobretudo, que, como o nome indica, é sobre tudo. Tenho ouvido episódios antigos e mais recentes, de acordo com o interesse que tenho nos temas. Este mês ouvi três episódios de que gostei muito: este, sobre o Brexit, que é muito útil e interessante, e outros dois, sobre Design, já antigos. A parte 1 podes ouvir aqui e a parte 2 aqui.

Tenho ouvido vários episódios do Com Humor Não se Brinca com um atraso tremendo. Tenho o livro há algum tempo (ainda não li) e decidi ir ouvindo os episódios dos comediantes de que gosto. No sábado, na viagem para o Sátão, coloquei o episódio que junta o Ricardo Araújo Pereira e o Gregório Duduvier, no Festival Literário Internacional de Óbidos, em 2017.

O álbum do Louis Tomlinson não foi a minha única companhia musical de Fevereiro, mas foi a mais notável. Além disso, alimentei a rubrica Até Riscar o Disco com outras músicas, como a Only The Young, da Taylor Swift, e a Kill This Love, das BLACKPINK. De resto, tenho ouvido muito mais podcasts do que música. Não sei o que se passa comigo.

O que vi

Também não vi muito este mês. Um filme, um especial de stand up e alguns vídeos de Youtube. No stand up vi o especial do Trevor NoahAfraid of The Dark, que podes ver na Netflix. Depois, como não podia deixar de ser, vi o PS I Still Love You, do qual falei aqui.

Fevereiro foi mês de Super Bowl. Não percebo de futebol americano portanto o desporto em si não me diz grande coisa. No entanto, gosto de ver o halftime show. Este ano, a Shakira e a Jennifer Lopez dividiram atenções num espectáculo cheio de girl power e pormenores políticos, onde até a filha da JLo cantou (e muito bem).

Não via um vídeo do Peter McKinnon há algum tempo, no entanto este apareceu nas subscrições e, como tinha visto os anteriores, decidi ver. As dicas do Peter são muito úteis, principalmente para quem está a começar na fotografia e este vídeo dá uma boa ajuda.

4 Replies to “Fevereiro: 28+1”

    1. Ai, fico mesmo feliz por teres gostado! Apesar de não ser um resumo imparcial do que aconteceu, é bom saber que incluo aqui coisas que não são do conhecimento geral.

  1. Fevereiro é mais pequenino, mas veio cheio de força! Com boas notícias e algumas mais angustiantes, como, por exemplo, a história da Duffy. Ainda estou chocada
    Tenho que ir voltar a ouvir o Com o Humor Não se Brinca, porque desliguei-me um pouquinho.

    Espero que março seja extremamente generoso contigo <3

    1. Vou ser sincera: eu ouvi para aí dois episódios do Com Humor não se Brinca na altura, portanto ando mesmo a actualizar-me e a ouvir todos os episódios com convidados que me interessam. Entretanto gostava de ler o livro, não sei é quando!

      Muito obrigada! Espero que Março seja espectacular para ti também! ?

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