Eu nem sei por onde começar. Lembras-te de como começámos 2020 a brincar com uma 3.ª Guerra Mundial? Entretanto veio o Coronavírus e não havia como negar que 2020 ia ser um ano brutal (no sentido mais real da palavra). Maio mostrou-nos que uma pandemia não chega para este ano. 2020 trouxe a artilharia pesada e quando achamos que não podemos ser mais surpreendidos eis que continuamos a perguntar-nos, dia após dia, que raio de mundo é este em que estamos a viver?
Aconteceu em Maio...
Por cá, tivemos escândalo. O Governo anunciou que ia injectar 800 milhões de euros no Novo Banco. A notícia não caiu bem e quase perdemos o Ronaldo das Finanças. Agarrámo-lo, mas as coisas dificilmente serão as mesmas.
Em Maio começámos a desconfinar. Para uns demasiado tarde, para outros demasiado cedo. O desconfinamento parece ter combinado com o bom tempo e milhares de pessoas decidiram ir para a praia. Sabem a quem não vão apanhar numa praia tão cedo? Sim, isso mesmo: a mim. Para já, está a correr melhor do que eu esperava, mas
E depois o mundo começou a implodir. Ou melhor, partes do mundo começaram a implodir. No Brasil, o cenário é catastrófico. No dia 29 de Maio, o número de infectados era de mais de 400 mil, com cerca de 30 mil mortos e sem perspectiva de abrandar. Com cada vez mais pessoas contra o presidente, muitas têm sido as pessoas a posicionar-se (e bem) contra ele. O exemplo mais notável é, talvez, o de Felipe Neto.
Já nos Estados Unidos a última semana foi intensa. Primeiro o Twitter assinalou alguns tweets do Trump, alertando para o facto de a informação ali não estar totalmente correcta. Trump não gostou, claro. Depois voltou a acontecer aquilo que já vimos acontecer tanta vez: uma pessoa negra foi morta às mãos da polícia. Outra vez. As últimas palavras: I can’t breathe. E aqui escalou tudo para um nível ainda maior. Por todo o país, tem havido protestos contra a violência policial e de defesa da comunidade negra. Resultado? Muita polícia a intervir contra manifestantes e até contra jornalistas. Para os norte-americanos e para o mundo é esperar que esta mobilização aconteça em Novembro, quando há eleições para a Casa Branca.
Para concluir as notícias revoltantes de Maio lembro-te aquilo que disse em Janeiro: (…) ficámos a saber que violência (doméstica) foi considerada a palavra de 2019 pelos votantes da iniciativa da Porto Editora. É inegável que a violência doméstica marcou 2019, mas é muito triste que assim tenha sido. A violência doméstica não é apenas violência contra mulheres, mas é maioritariamente contra elas. Enquanto as penas forem leves, enquanto a violência doméstica for descredibilizada, enquanto não houver mão pesada perante quem a pratica, temo que violência doméstica seja a palavra de muitos anos.
Porquê lembrar isto agora? Porque em Maio morreu outra mulher às mãos de um homem. Um homicídio brutal e tão mal tratado pela comunicação social. Este artigo publicado no Espalha-Factos aborda a forma como o tema foi tratado em alguns jornais.
Também aconteceu...
Em notas mais positivas, o #TwitterChatPT de Maio foi com o Quim Barreiros e foi a coisa mais engraçada de sempre. Se perdeste, podes ver a conversa toda através deste Twitter Moment.
No dia 22 celebrou-se o Dia do Autor Português e na sequência da data surgiu o #umportuguêspormês.
O que li
Conta-me Como Foi: uma bonita história familiar com os anos 80 no fundo
Sobre uma publicação viral, ser enfermeira e a compaixão pelos outros
Os portugueses de olhos azuis e pele clara têm de ser proibidos de ir à praia
A primeira temporada da série dos anos 80 de Conta-me Conto Foi terminou e, no Shifter, o Mário Rui André reflectiu sobre a série.
A Ana começou o mês a meditar sobre compaixão, ser enfermeira e os resultados de uma publicação viral.
A directora da revista Visão tem feito alguns artigos chamados Covidiário e têm sido uma das minhas leituras preferidas.
O que vi
Tenho de começar pela minha série preferida dos últimos dois meses. A Espia, que foi transmitida na RTP e RTP Play, acompanhou-nos durante oito quartas-feiras e ficámos rendidas. Tornei-me grande fã da Daniela Ruah quando comecei a ver NCIS: Los Angeles, mas já acompanhava alguns trabalhos dela antes, e com esta série não há como não gostar dela. Além da Daniela, a série teve nos papéis principais a Maria João Bastos, o Diogo Morgado e o Adriano Carvalho (curiosidade: o Adriano ainda é meu primo, embora afastado).
Outra série que vi e que adorei foi The Last Dance, da qual já falei nesta publicação. Para quem gosta de basquetebol ou para quem não gosta, apostar nos dez episódios desta série documental valerá certamente a pena.
Por fim, a série trágico-deprimente, com pontos engraçados, que vimos num fim-de-semana: After Life. As duas temporadas curtas acompanharam-nos durante três noites e ficámos fãs.
Maio foi um mês cheio para o mundo, mas vazio para aqui. Parece impossível que já estejamos a chegar a meio do ano. Vamos ver o que nos traz Junho.
Quando parece que a nossa realidade não pode piorar, eis que a humanidade mostra todo o seu lado mau. É impossível ignorar o que se tem passado. Mas a revolta é tão grande, que as palavras parecem uma teia emaranhada 🙁
A Espia *-* quero tanto segunda temporada! E, de preferência, para breve, que a pessoa está aqui em teorias que não aguenta ahahah