daylight

Talvez precise de esclarecer algo primeiro: como é um livro de memórias presidenciais, este é, também e sobretudo, um livro político e não tem medo de o ser. Acredito que foi por isso que vi muita gente partilhar o livro quando ele saiu e depois ficaram no silêncio, só com os grilos a cantar, porque não era o livro que esperavam ou queriam. Este factor político não me demoveu e acho que, a certo ponto, foi a minha parte preferida. Quem melhor do que Obama para escrever sobre política sem que o tema seja aborrecido, sisudo e difícil de compreender?

Este primeiro volume acompanha o primeiro mandato de Barack Obama, com especial destaque para os dois primeiros anos, chegando ao momento mais marcante (digo eu) desses quatro anos: a morte de Bin Laden.

Quando chegou à presidência, os Estados Unidos (e o mundo) estavam em plena crise financeira e não se adivinhavam bons anos. Temos percepção total de que para o próprio Obama foi um desafio compreender a dimensão da crise e o que podia tentar fazer para a controlar, sempre sem certezas ou soluções que agradassem a todos.

Nesta época eu estava na minha primeira fase de paixão pelo jornalismo e acompanhava muito os telejornais, pelo que me lembro de muitos dos momentos relatados no livro. A diferença é que eu me lembro deles como foram relatados pela imprensa nacional. Ao ler a forma como Obama os viveu e sentiu acho que compreendi ainda melhor aquilo que se ia passando no mundo naquela altura.