Nunca gostei de acordar cedo. Depois das 9h era o ideal para mim e, sempre que podia, dormia até às 10h30, 11h. Não por me deitar tarde, mas porque gostava mesmo de dormir até tarde. Na verdade, até ir para Lisboa, não tinha o hábito de me deitar tarde. Partilhei quarto durante praticamente a vida toda e, por isso, estar acordada até depois das 23h, 23h30, era algo raro e complicado. Como só tive internet em casa durante o secundário também não havia essa componente a atrasar o meu sono. O mais tarde que me lembro de deitar foi uma vez em que fiquei sozinha em casa e uma ou outra vez em que fiquei a trocar mensagens com um amigo até para aí à 1 da manhã. No entanto, de manhã, adorava dormir até tarde.
Depois fui para Lisboa. Comecei a deitar-me muito mais tarde, muitas vezes porque tinha coisas da faculdade para fazer, mas também porque o hábito pegou rápido e, por isso, deitar-me antes da uma ou duas da manhã era raro. Mesmo que tivesse aulas de manhã. Dormia pouco, mas quando podia continuava a dormir até bem tarde. Se isto fazia com que eu não gostasse de manhãs, o facto de acordar sempre com algum mau humor e com pouca vontade de conversar ajudava a que eu acreditasse que era uma pessoa de noites e não de manhãs.
Não cuidei muito bem de mim durante a faculdade, principalmente no último ano, mas quando fiz a pós-graduação, em que tinha aulas à noite, tentava sempre acordar por volta das 10h para não sentir que perdia horas do dia. Mas não era fácil. Na verdade, quando não tinha obrigações que me faziam acordar cedo sentia que não valia a pena fazê-lo. E no ano passado eram raras as vezes em que tinha obrigações matinais por isso para quê acordar cedo se podia perfeitamente ficar na cama até mais tarde?
Como, sem querer, comecei a querer mais das manhãs.
Em Maio do ano passado comprei um ebook, o The Miracle Morning. Talvez já tenham ouvido falar dele. Chegou a Portugal em 2017, vindo de um movimento que começava a dar que falar no estrangeiro, e chama-se Manhãs Milagrosas. Comprei-o para ler assim que possível porque queria começar a rentabilizar as minhas manhãs, mas o ano terminou sem que eu o lesse. Li-o esta semana, na verdade. Mas já lá vamos. Queria começar a rentabilizar manhãs e isso tudo, mas, ao mesmo tempo, não me apetecia fazer esse esforço.
Andei até Outubro sem grande rotina. Ora acordava cedo, ora acordava mais tarde. Em Outubro as coisas começaram a mudar. Primeiro de forma provisória. Andava com obras em casa e, por isso, tinha de acordar mais cedo. Depois mudou a hora. Odeio o horário de Inverno, mas nesta mudança a adaptação custou-me muito mais do que o normal e durante duas semanas ficava com sono demasiado cedo (por volta das 21h30 já estava a morrer de sono). Ora, deitar-me mais cedo fez com que começasse a acordar mais cedo. A juntar a isso, veio a Lady B. A primeira coisa que ela faz quando acorda é ir para a minha cama e normalmente isso acontece às 8h.
Entre o começar a acordar cedo, ir logo passear a Lady, começar a deitar-me às 22h30 e dormir por volta das 23h (mais tarde do que isto só quando o Porto joga às 21h15… mas já é um esforço para mim dormir depois das 23h15), comecei a notar algo: eu gosto de sentir que tenho manhãs produtivas, que faço muito de manhã e que não preciso de correr ao longo do dia por sentir que não aproveitei o tempo ou por achar que não consigo fazer tudo o que queria.
Ainda não estou a acordar à hora a que pretendo porque, tenho de admitir, acordar e sair da cama no Inverno é complicado quando estão temperaturas negativas de manhã. Ainda assim, se me deixar ficar normalmente opto por ler alguma coisa ou por ver redes sociais (estou a tentar que deixe de ser das primeiras coisas que faço). O objectivo é começar a acordar naturalmente, na boa, às 7h, 7h e pouco. Não quero acordar às 5 da manhã, nem às 6. Ainda acho que é demasiado cedo para mim.
O The Miracle Morning e como vou adaptá-lo à minha vida
Admito que estava céptica em relação a este livro. Tinha uma opinião muito boa, de alguém que valorizo, mas tinha algum receio de não ser algo que sentisse que se ia adaptar a mim e ao meu feitio. Na verdade, muito do livro não faz sentido para a vida que tenho agora, mas acho que é um livro a que voltarei no futuro. No entanto houve várias coisas lá que fizeram click e que vou tentar implementar ao longo dos próximos meses.
No livro, o Hal Elrod conta o percurso de vida dele e como um acidente aos 20 anos o fez perceber que não estava a viver de acordo com aquilo que considerava ser o seu potencial. O percurso dele é importante para percebermos de que forma é que as manhãs milagrosas surgiram na vida dele e em que é que tiveram impacto. Mas a parte realmente importante é a dos seis passos desta rotina: Silêncio, Afirmações, Visualizações, Exercício, Leitura e Escrita.
O silêncio deve ter um propósito e pode ser incluído em algo como meditação ou inspirações profundas. As afirmações funcionam como o nosso mantra, aquilo que queremos atrair para nós, aquilo pelo qual estamos agradecidos, e podem e devem ser alteradas regularmente, à medida que atingimos aquilo que queremos. Visualizações é como tentarmos ver aquilo que queremos atingir, como o nosso próprio vision board. O exercício é óbvio, certo? É mexermo-nos, fazer alguma actividade física pela manhã. Depois segue-se um tempo dedicado à leitura e, por fim, à escrita. O autor sugere fazer algo como um diário ou só mesmo escrever as metas do dia ou aquilo que sentimos ou mesmo aquilo que nos faz sentir gratos.
Estes passos podem ser feitos com o devido tempo ou, como o próprio autor sugere, de forma mais rápida em dias com menos tempo. Aliás, algo que achei interessante na abordagem do Hal Elrod foi o facto de ele dizer que são passos adaptáveis, que não temos de fazer sempre todos, que podemos fazer alguns à noite. Ou seja, é uma rotina adaptável, o que me agrada. Principalmente porque sei que vou precisar de a adaptar a mudanças na minha vida. Para já, algo que vou juntar às minhas manhãs é o Silêncio. O Exercício já faz parte da minha manhã e a Escrita costuma também estar presente. As Visualizações e as Afirmações, assim como a Leitura, funcionam melhor para mim à noite. Portanto planeio ter 5 minutinhos de silêncio, provavelmente para me fazer voltar à meditação. E o resto vou adaptando com o tempo e dependendo de alguns factores externos.
No fundo, apesar de, ocasionalmente, saber bem dormir até mais tarde, começo a sentir falta de acordar cedo porque me sinto muito mais produtiva assim. Não é algo milagroso, não se faz só com ajuda de livros, mas é algo que tem feito sentido para mim. Contem-me: são pessoas das manhãs? O que costumam fazer para ter manhãs mais produtivas?
Se tiverem curiosidade sobre o livro, deixo o meu link de afiliado Wook: Manhãs Milagrosas.
Este ano quero ser mais produtiva e acordar mais cedo para render o dia. Tal como tu dizes, gosto de dormir… ainda hoje acordei às 12h porque estava cansada e a cama sabe bem. Mas lá se vai o dia e não pode ser assim
De vez em quando continua a saber bem dormir até mais tarde, mas tenho gostado muito mais de acordar cedo!
Sempre gostei de acordar cedo, porque acho que o dia rende muito mais e consigo ser mais produtiva. Apesar de, por exemplo, sentir que a minha inspiração flui melhor à noite (talvez por estar mais relaxada e não ter horários a cumprir), aproveito as manhãs para adiantar algumas tarefas: agendar publicações, fotografar, enviar e-mails, ver episódios em atraso, ler… E sinto-me bem nesta dinâmica.
Os meus amigos brincavam sempre comigo por, em tempo de férias ou fins de semana, ter o despertador sempre ligado para as 9h, quando podia dormir até mais tarde, mas a verdade é que prefiro assim. Mesmo quando ia a festas da faculdade e só chegava a casa de manhã, procurava não passar o dia todo a dormir. Bem sei que o corpo também precisa de descanso (e tento não comprometer isso), mas a sensação de desperdiçar o meu dia na cama deixava-me mais angustiada.
Atualmente, tenho o despertador para as 7h30 e é algo que me deixa em paz comigo 🙂
Tento fazer o mesmo que fazes de manhã, excepto a parte dos episódios e de ler porque sinto que se começar logo de manhã nisso se torna mais difícil para mim deixar ahahahah Mas tenho-me sentido muito bem a escrever de manhã e está a ser uma experiência excelente!
Descobri que era uma morning person quando entrei na faculdade e, desde então, vou privilegiando essa rotina. O meu dia começa às 07H00 e adoro que seja cedo porque tenho a mesma sensação de produtividade que tu e porque sinto que tenho mais controlo sobre como quero agilizar o dia (posso tomar o pequeno-almoço com calma, fazer o meu treino…). Por outro lado, se antes da Faculdade julgava que era mais produtiva à noite, sinto cada vez menos isso, agora. Dantes adorava acordar cedo mas também me deitava muito tarde (um paradoxo que viveu comigo durante anos), agora sinto que as noites estão a ceder e a perder terreno.
Na faculdade não me conseguia sentir-me uma morning person porque mesmo quando acordava mais cedo acabava por me sentir muito cansada por me deitar tarde. Mas também acho que agora já não me sinto tão produtiva à noite.
Eu também gosto de acordar cedo, sentir que posso aproveitar a manhã para fazer as minhas coisas, lá está, mesmo que fique na ronha fico-me pelo blogue ou ponho aquele episódio a dar. No entanto, estes últimos tempos tenho andado mais preguiçosa, porque tenho tido dias super preenchidos. Durante a semana acordo cedo, com as aulas e assim, mas ao fim de semana antes das 11 não me levanto :p
Beijinho
A vida na universidade é diferente, acho que às vezes se torna mais necessário haver esse descanso!
Foi através da Pam, não foi? 😛 Também tomei conhecimento deste livro através dela, comecei a ler, mas não continuei a leitura. No entanto, reconheço o valor das palavras do autor. Por puro instinto, sei que detesto acordar tarde e, ultimamente, devido a imensos fatores, tenho vindo a valorizar imenso as minhas manhãs. É tão bom não fazer as coisas à pressa!! Enfim, tenho de trabalhar mais nesse aspeto! 😀
Beijocas,
LYNE, IMPERIUM BLOG
Foi a Pam, sim! AHAHAH