um março atípico

Não sei ao certo o que dizer sobre Março. Não vou encher esta retrospectiva de #vaificartudobem porque, apesar de achar que, eventualmente, tudo há-de ficar melhor, não estou numa de seguir esses arco-íris. Março foi um mês estranho, atípico. Não lhe vou já chamar quarentenário porque prevejo que essa vá ser a palavra de Abril. Começámos a falar de Coronavirus em Janeiro, passámos a brincar ao temos-não temos em Fevereiro. Em Março confirmou-se o primeiro caso. Já vamos com uns bons milhares, algumas mortes e alguns recuperados. Terminámos Março em estado de emergência nacional, quando no Brasil o presidente anda a brincar à saúde e a provar, mais uma vez, ser um irresponsável e acéfalo.

Março é um mês de Coronavirus, não há muito para onde escapar. Podemos falar de infectados, de gente a esgotar produtos em supermercados nos primeiros dias, de gente a achar que ir para a praia é uma boa actividade de isolamento. Março foi um mês de pandemia. Parou o futebol, para quase tudo. Mas ainda aconteceu uma ou outra coisa não relacionada com este tema.

Aconteceu em Março...

O Ricardo Araújo Pereira regressou à televisão com um novo programa, Isto é Gozar com quem Trabalha, acompanhado da equipa com quem trabalhava em Gente que não Sabe Estar. O nível deste programa da SIC ainda não está igual ao que tinham na TVI, mas é o RAP, portanto vale sempre a pena ver.

No dia seguinte tivemos o grande alerta fim do mundo: o Manafá marcou um golo no jogo contra o Santa Clara. Se isto não é a prova de que o mundo está para acabar então não sei… (é brincadeira, ok?)

A aplicação Peoople encheu as redes sociais. A promessa de dinheiro mais ou menos fácil atraiu muita gente. Eu testei a aplicação e escrevi algo que teve muito bom feedback. Podes recordar o que tenho a dizer sobre o Peoople aqui.

A personagem do mês foi, sem dúvida, Rodrigo Guedes de Carvalho, que passou de jornalista a herói e de herói a chatinho. Os discursos assertivos começaram por ser inspiradores e passaram a ser chatinhos. Não se pode ser herói para sempre, não é?

Os Jogos Olímpicos e o Euro foram adiados para 2021. Aquilo que podia ser uma notícia negativa torna-se, para Portugal, uma notícia positiva: 5 anos campeões da Europa! Chupa, Grécia!

Também aconteceu...

No dia 11 celebrei 11 anos de blogosfera com… nada. Ainda comecei três textos sobre a data, mas nenhum deles soava como eu queria portanto ainda está para sair a reflexão que eu pretendia sobre 11 anos a escrever em blogs.

Março foi mês de ir a um funeral. Não chorava tanto num funeral desde 2008 e custou muito estar ali. Felizmente, foi antes do estado de emergência. Certamente iria ser muito estranho não poder fazer aquela despedida.

Também apanhámos um susto grande com a Lady, que fez com que, em pleno estado de emergência, a minha mãe tivesse de seguir com ela para a veterinária. Felizmente, já está recuperada, mas não nego que me fartei de chorar com a possibilidade de acontecer o pior.

Março terminou com uma ligeira amostra de neve. Não nego as saudades que tenho de um bom nevão, mas aceitamos qualquer bocadinho que venha.

Por fim, com o momento actual surgiram várias iniciativas interessantes: houve vários artistas a fazer concertos gratuitos e em directo nas redes sociais e umas outras actividades de que vou falar mais abaixo. Uma das que, incrivelmente, me cativou mais foi os treinos em directo, no Instagram da Helena Coelho e no do Paulo Teixeira. O Paulo é personal trainer, com várias certificações, e ele e a Helena decidiram partilhar, diariamente, 16 minutos de treino. Podemos treinar ao mesmo tempo ou ao longo das 24 horas seguintes. Eles começaram estes treinos a meio de Março e eu comecei a treinar com eles no dia 24. Vale a pena passar pelos Instagrams deles e perceber de que se trata.

O que li

Se é para ficar em casa, que seja em boa companhia.

Isolamento com livros

Sugestões para o Isolamento [In]Voluntário

newsletter do Fábio Martins é das que mais gosto de receber e, a propósito do isolamento, ele criou uma lista de 25 séries que vale a pena ver.

A Rita da Nova sugeriu algumas coisas para fazermos com livros enquanto estamos isolados.

A Andreia também reuniu várias sugestões para nos fazerem companhia nestes dias de isolamento, dentro de várias áreas.

O que ouvi

A antiga eurodeputada Ana Gomes esteve na Prova Oral e a entrevista vale a pena ouvir. Além desta, ainda ouvi a entrevista que ela deu ao Cada um Sabe de Si, o podcast da Rádio Comercial, com a Joana Azevedo e o Diogo Beja.

Já falei algumas vezes do Sobretudo, um podcast cheio de boas conversas e informação. O episódio sobre Covid-19 é muito rico em conhecimento importante. Além deste, ouvi o episódio sobre saúde, de 2018, e foi um episódio muito bom.

Para seguir

Em tempos de pandemia importa seguir as pessoas certas e saber em quem podemos ou não confiar no que a partilha de informação diz respeito. A Margarida Santos, médica, fez serviço público e tem vindo a criar várias imagens que explicam melhor tudo o que se passa e o que podemos e devemos fazer. Vale a pena seguir em @margarida.dgsantos.

O que vi

Senta-te confortável, porque tenho várias sugestões de conteúdo para veres. O primeiro vem do Instagram. O Felipe Pacheco organizou, durante duas semanas, o Quarentenafest. Este festival consistia em directos diários com um convidado, para falar de um tema pré-definido. Como o Felipe não faz as coisas por menos, tem estado a colocar os directos no seu IGTV, de forma a ficarem acessíveis durante mais do que 24 horas. Já assisti a alguns, mas ainda me faltam outros que também me interessam. Podes ver tudo através do IGTV do @fepacheco.

Outros directos que vale a pena ver no Instagram são os do Bruno Nogueira. Já se tornaram tradição e são sempre inesperados. Garanto que não é exagerado andar toda a gente a falar deles. O Bruno está no Instagram como @corpodormente.

Guilherme Geirinhas não é desconhecido por aqui e tinha mesmo de incluir este Coisas Chatas com Humor porque é, na minha modesta opinião, o melhor que ele já fez até ao momento. Para o escrever contou com a ajuda da Margarida, de quem te falei ali em cima.

Catarina Miranda lançou um podcast/videocast e a primeira convidada foi a Helena Coelho. A entrevista de 50 minutos está muito bem feita e deixou-me curiosa para ver/ouvir mais quando houver novos episódios. É ainda mais interessante para quem gostar da Helena e acompanhar o trabalho dela.

O vídeo mais recente da Bumba na Fofinha dá para rir, para pensar, para acenar afirmativamente e para informar. Não sigo de forma consistente o trabalho dela, mas não podia deixar de te sugerir um vídeo tão bom.

Por fim, o vídeo da rubrica 10 Anos da Caderneta de Cromos em que o Nuno Markl falou sobre o momento que vivemos. Fê-lo de forma assertiva e inteligente e vale a pena ver.

Para Março estamos conversados. Não sei o que nos reservará Abril, mas posso já dizer-te que a minha teoria de que os anos bissextos são difíceis está mais do que provada. Porra, nunca mais é 2021!

4 Replies to “um março atípico”

  1. Temos gostos mt parecidos, obrigada pela partilha da entrevista da Ana Gomes…. Não sou grande fã do Alvim por isso estas coisas passam-me ao lado.

  2. No meio de todo o caos, deixa-me continuar a rir com esta: «No dia seguinte tivemos o grande alerta fim do mundo: o Manafá». Muito bom ahahah 😀
    Tenho adorado os diretos do Bruno Nogueira. Que mente brilhante! Até vou dormir mais descansa.
    Durante a tarde estive a ver o vídeo da Catarina Miranda com a Helena Coelho e gostei imenso da conversa. Tem um tom descontraído, mesmo quando se focaram aspetos mais delicados.
    Apesar de tudo, março teve bons apontamentos. E fico contente. Espero que abril traga dias mais tranquilos.

    Muito, muito obrigada pelo destaque. Fico sempre sem palavras <3

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