Aquilo que A Dor do Esquecimento mais me fez sentir foi tristeza. Li as noventa páginas de uma assentada e acabei a sentir-me profundamente triste. Quando a Teresa me contactou a dizer que tinha um livro novo e que gostava de que eu o lesse aceitei logo. No início do ano tinha lido Alecrim e estava curiosa para saber o que trazia o livro novo. Não esperava acabar de coração partido.
O livro foi-me enviado pela autora, mas a opinião é isenta.
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Gatilhos: Alzheimer, perda de memória.
A Dor do Esquecimento
A Dor do Esquecimento é narrado na primeira pessoa, quase como uma espécie de diário, por uma mulher que vai para uma instituição de solidariedade social e se sente revoltada porque acredita que ainda é nova e não está doente para ir para ali, ainda por cima abandonada pelo irmão. No entanto esta personagem tem Alzheimer e acabamos por perceber que os relatos dela não são a realidade.
É profundamente desolador ler o relato da narradora, ainda mais quando já vimos situações semelhantes acontecer. A progressão é rápida e é tão triste ler os sentimentos de abandono ou de contrariedade por estar num lar.
Tenho pena de que o retrato dos lares e das casas de apoio seja tão negativo no livro, embora compreenda que essa era a perspectiva que a personagem tinha ao ver-se ali. Infelizmente, muitas pessoas ainda vêem os lares como uma espécie de cemitério dos vivos ou de prisão para velhos. Na maior parte dos casos, estes são lugares bons para quem lá está.
Apesar de me ter deixado triste, gostei de ler A Dor do Esquecimento. No entanto tenho de deixar a ressalva: nota-se, mais uma vez, a falta que os revisores textuais fazem à editora. Infelizmente é algo que faz toda a diferença num livro e que, sem dúvida, tira alguma qualidade a esta história.
Título original: A Dor do Esquecimento
Autor: José Vieira
Ano: 2020
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Fiquei muito curiosa com esta sinopse. Um tema forte, sem dúvida. Já adicionei na minha wishlist e, quem sabe, não leio num dos próximos meses para o #umportuguêspormês ?
Nem tinha pensado nessa parte, mas é uma boa opção para o #umportuguêspormês!
Não conhecia o livro mas pela temática já me captou a atenção, sim a chiado editora peca pela falta de revisão :/
Foi um livro que também mexeu comigo, porque acompanhar a evolução da doença desarma-nos e deixa-nos sempre no limbo. E partilho da tua opinião quanto à revisão do texto