A Sociedade Portuguesa de Autores determinou, há uns anos, que o dia 26 de março seria o Dia do Livro Português. A data não foi escolhida ao acaso. Foi neste dia, em 1487, que se imprimiu o primeiro livro em Portugal. Alguns séculos mais tarde, aqui estamos nós, a celebrar o Dia do Livro Português como forma de destacar as obras incríveis que por cá se escrevem e a importância de também ler os nossos.
Apesar de não ser uma data à qual costumo dar particular destaque, este ano decidi partilhar cinco dos meus livros portugueses preferidos. Sobre uns já falei dezenas de vezes, sobre outros talvez nunca tenha dito nada, mas todos os eles têm um lugarzinho especial na minha estante.
Playing favorites: os meus livros portugueses preferidos
Geografia, de Sophia de Mello Breyner Andresen
Talvez tenha uma ligação emocional com este livro porque foi o primeiro livro de poesia de Sophia que li, no entanto também foi o primeiro livro que me deu realmente vontade de explorar mais poesia e que me fez desejar conseguir comprar Obra Poética e apreciar a simplicidade da escrita de Sophia com muito mais envolvimento.
Crónica dos Bons Malandros, de Mário Zambujal
A memória de ler este livro numa viagem de comboio para Lisboa já está meio esbatida, mas este continua a ser um dos meus livros preferidos. O sentido de humor do autor é o maior chamariz, mas também o facto de estarmos a torcer por um assalto. A RTP adaptou-o há uns anos, mas confesso que a série não teve o mesmo impacto em mim.
Myra, de Maria Velho da Costa
Nunca dediquei uma publicação ao Myra, mas foi um dos meus favoritos de 2022 e provavelmente a minha leitura favorita do mestrado. O Myra é o único que não habita na minha estante porque o emprestei há séculos. Também é o mais duro de todas as minhas escolhas. É um livro que nos vai dando pequenos murros no estômago, todos eles toleráveis, até chegarmos ao ponto em que, no final, todos os pequenos murros parecem juntar-se e deitar-nos abaixo por completo.
O Amor é Fodido, de Miguel Esteves Cardoso
Será que isto também é uma escolha emocional? Foi o primeiro livro do MEC que li. Comprei-o no verão de 2013, juntamente com Como é Linda a Puta da Vida, e já o reli algumas vezes. É um romance diferente, meio esquizofrénico, que provavelmente não agrada a todos, mas que guardo no coração. Na primeira vez que o li tinha por hábito dobrar os cantinhos das páginas que tinham excertos de que gostava. Hoje ainda se notam marcas nos cantos, mas o livro já está cheio de post-its e frases sublinhadas.
As Coisas Que Faltam, de Rita da Nova
Deixei o mais recente para o fim… porque sim. O livro da Rita entrou diretamente para os meus livros portugueses favoritos, por motivos emocionais que ainda há não muito tempo expliquei. Tenho sempre algum receio em ler autores portugueses jovens (um preconceitozinho estúpido da minha parte, sendo eu uma pessoa jovem que escreve), mas no caso da Rita o único receio ao pegar neste livro foi só o de não estar psicologicamente preparada.
Feliz dia do livro português 😍
Quero muito ler Geografia e também adquirir a Obra Poética. Vamos conseguir!
Os outros quatro também têm um lugar especial no meu coracao
Obrigadoa. Esta recomendación me ayuda a iniciar el acercamiento al idioma português com la poesía. Geografía, es como si Sofia, la autora, me llamara a comprender desde lo más sensible.el idioma. Para una mujer migrante es muy buena selección., nuevamente gracias.
Ainda não li nenhum dos que mencionaste, embora queira muito ler o da Rita.