Um Junho Destemido

Junho foi um mês estranho. Entre uma coisa e outra, percebi que para esta retrospectiva mensal preciso de abordar três modalidades desportivas: futebol, ténis e a apanha de Covid. Depois tenho outras coisas sobre as quais falar, mas o principal é mesmo isto.

Não foi um mês tão produtivo quanto eu achava que seria e nem sequer avancei nos projectos fora do blog, ao contrário do que achava que ia acontecer. Fica para a próxima. No entanto, comecei finalmente a ver o meu portefólio digital ganhar forma e penso que mais dois ou três dias de trabalho por lá e fica pronto, tal e qual como quero.

A coisa mais extraordinária de Junho talvez tenha sido o crocodilo do Nilo que foi encontrado no Douro espanhol. Ah, espera, enganei-me: era só uma lontra. Acontece-me regularmente confundir crocodilos e lontras. Peço desculpa.

Aconteceu em Junho...

Aconteceu finalmente: depois de meses, o campeonato português de futebol regressou e teve o pior regresso de sempre. Entretanto a situação melhorou, o Lage piorou e o Porto marcou. Estou a escrever isto na 2.ª feira, horas antes de o Porto jogar em Paços de Ferreira, portanto é possível que venha aqui fazer alguma adenda logo à noite, mas vamos ter fé em que o Marchesín mostra que eu estou errada quando reclamo com ele. (update do dia 30 de Junho: estou agradavelmente surpreendida com a sorte que temos. E vão mais 3 pontos!)

Já que estamos em futebol, este mês soubemos que a fase final da Liga dos Campeões vai ser jogada em Portugal. O melhor desta notícia é que soubemos que é “um prémio para os profissionais de saúde. Quem nunca quis receber uma Champions em vez de ordenado? Assim como assim, é conhecida como a Liga do Milhões, portanto é tantas vezes mais do que o ordenado, portanto vale um bocadinho mais, não? Aqui entre nós, quase aceitaria ser paga em Liga dos Campeões, mas depois não sei como pagaria contas. Talvez com jogadores? Renda da casa? Tome lá um Messi, que assim como assim já paga a renda para o resto da minha vida e da dos meus descendentes.

Mas calma: o futebol não foi a única modalidade a marcar Junho. Este mês revelou-se muito polémico para o ténis mundial. Isto porque Novak Djokovic, número 1 mundial, decidiu organizar uma espécie de tour, com vários tenistas a jogar em vários locais. Problema: as regras de segurança foram fracas e os tenistas andaram no meio de dezenas de pessoas. Problema maior: dois dias depois, foram testados e foi confirmado que vários tenistas tinham Covid-19. A intenção até pode ter sido boa, mas a irresponsabilidade foi muita.

E para concluir as modalidades desportivas: na apanha do Covid, a Área Metropolitana de Lisboa está a vencer com larga distância o resto do país, com dezenas de novos casos diariamente. Ainda bem que no Norte a população era menos educada.

Também aconteceu...

Em Junho uma série juvenil da RTP2, sobre mulheres, levou a uma queixa à ERC. O motivo? Um episódio em que a protagonista era defensora do aborto e beijava outra mulher. O drama, o horror. Vi a série, Destemidas, e fiquei fã, portanto falei-te dela aqui.

Também ficámos a saber que dia 15 de Setembro passa a haver outro serviço de streaming em Portugal. O serviço Disney + chega finalmente a Portugal, com uma mensalidade de 6,99€.

Para o fim, ficam as notícias mais sensíveis. Depois de Maio ter terminado com mais um homem negro morto às mãos da polícia dos EUA, Junho começou (e mantém-se) com vários protestos que defendem que Black Lives Matter. Em Portugal há quem diga que não há racismo, mas não nos vamos esquecer de que no início do ano tivemos um caso mediático, pois não?

A 20 de Junho tivemos a notícia de que o actor e ex-atleta Pedro Lima tinha sido encontrado morto numa praia. E a saúde mental voltou a ser tema. Não me vou alongar sobre o assunto aqui porque já o fiz e hei-de fazer tantas outras vezes, mas estou tão cansada de ver gente condenar suicídios e agir como se a saúde mental fosse um unicórnio, que só existe em fantasias. Foda-se.

No dia antes, já tínhamos recebido outra notícia triste. Carlos Ruiz Zafón, autor de A Sombra do Vento, morria, depois de anos a lutar contra o cancro. A morte do Zafón deixou-me em lágrimas. Só li, por enquanto, A Sombra do Vento, mas o livro, que li numa altura complicada, disse-me muito e trouxe-me um novo ânimo. Foi um dia triste.

O que li

#BlackLivesMatter: História do Movimento

É preciso falar de saúde mental.

A Elga, do Quem me Lera, fez um artigo sobre o movimento BLM, explicativo e importante para percebermos o que está a acontecer.

O Manuel escreveu, no Já a Seguir, sobre saúde mental e soube que tinha de incluir aqui o texto porque ele sabe do que fala e porque é imperativo falar do assunto.

O que ouvi

Depois do Manuel, mais uma partilha vinda de conteúdos dos meus amigos, neste caso do podcast da Lyne. A Lyne falou sobre ser negra e vale a pena ouvir o que ela tem para dizer.

Tenho acompanhado entusiasticamente o podcast da Mariana Soares Branco e este episódio sobre falar e aprender outras línguas foi aquele de que mais gostei.

E como não ouço só podcasts, a música que acompanhou o meu mês veio do também meu amigo-de-outras-vidas CASUAR:. Juro que não acompanho só o que os meus amigos fazem, mas gosto particularmente de destacar o que eles fazem. O EP do Rui fez também parte de um Até Riscar o Disco.

Por fim, o vídeo de uma música. Um vídeo que me fez chorar tanto que precisei de o parar várias vezes para recuperar o fôlego. Os Grey Daze, a primeira banda do Chester Bennington, apresentaram o vídeo de Soul Song, dirigido por Jamie, um  dos filhos do Chester.

O que vi

A Lyne partilhou este vídeo no nosso grupo de WhatsApp e foi um vídeo que me deu logo muito que pensar, principalmente sobre a questão de nacionalidade, raça e identidade. Não sei se já conhecias, mas recomendo muito.

Fiquei a conhecer esta rubrica chamada Reunited apart num podcast (penso que no Private Joke) e quando vi que havia um episódio de Back to the future, um dos meus filmes preferidos de sempre, quis logo ver. É um episódio divertido, com os actores a conversar, que dá vontade de ver a trilogia toda de novo,

Para Junho é tudo, mas deixa-me terminar pedindo que: 1) usa máscara; 2) lava as mãos; 3) não te esqueças de que ainda estamos a viver uma pandemia; 4) prepara-te porque em Julho tenho uma surpresa.

2 Replies to “Um Junho Destemido”

  1. O nosso Porto portou-se tão bem [vá] este mês, que até fico emocionada. Só espero que assim continue 😀
    Ainda estou para perceber como é que receber a fase final da Liga dos Campeões é um prémio para os nossos profissionais de saúde, mas tudo bem.
    Sinto que junho foi muito intenso, em questões que não podemos descurar!

    Espero que julho seja generoso contigo <3

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