É simultaneamente uma vantagem e uma desvantagem ter uma vida blogosférica de 14 anos. Por um lado, é uma vantagem ter tantos anos de memórias, histórias e aprendizagens registados, onde se nota uma clara evolução de pensamento e de escrita. Por outro lado, é uma desvantagem terrível ter tantos anos de conteúdos que talvez me façam sentir alguma vergonha. Aqui há dias decidi pegar em todas as TBR que publiquei ao longo dos anos (só fui a este blog, não queria envergonhar-me mais) e fui em busca dos livros perdidos por lá. Ia falar apenas daqueles que já não quero ler, mas depois decidi dividir isto em duas listas: os livros que já não quero ler e os livros que já devia ter lido. A TBR mais antiga que tenho publicada é a de 2016 e a mais recente em que peguei foi de 2021.
Livros Que Já Não Quero Ler
Ao longo dos anos, muitos livros entraram e saíram das minhas listas de leitura. Ou porque o tema já não me interessa, ou porque já não é um género literário que queira ler, ou simplesmente porque, por vezes, crescemos e mudamos.
A Ilustre Casa de Ramires, de Eça de Queirós — nunca digas nunca, mas não me parece que, além de reler Os Maias, vá pegar em Eça nos próximos anos.
Cartas a um Jovem Jornalista, de Juan Luis Cebrián — deixou de fazer sentido a partir do momento em que não fui mesmo ser jornalista.
Frankestein, de Mary Shelley — eu cheguei a começar, mas não me apeteceu continuar. Talvez um dia, não sei…
Desculpa, mas vou chamar-te amor, de Federico Moccia — li um outro livro dele e decidi que não queria mais.
Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, de Edward Albee — o livro continua lá por casa, é certo, mas honestamente não sei quando ou se o lerei. Anda por lá há tantos anos, meio roubado, que se calhar vai mesmo só ficar assim…
Trilogia Sábado à Noite, da Babi Dewet — perdi a vontade, não há muito a explicar.
Trilogia Me Before You, da Jojo Moyes — não sei se, um dia, não quererei pegar novamente na trilogia, mas, com o tempo, fui perdendo a vontade de ler tantos romances deste género.
Trilogia Firebird, da Claudia Gray — perdi o interesse, nem sei…
Saga A Song of Ice and Fire (Crónicas do Gelo e do Fogo), do George R.R. Martin — eis algo que percebi sobre mim: para ler livros gigantes como estes, preciso de predisposição. Li o primeiro em 2018, o segundo em 2020 e… para já não me apetece continuar a saga. O que não significa que não volte, simplesmente não é algo que sinta que vá fazer nos próximos tempos.
Saturnália, de André Fontes — eu começar comecei… mas não estava a gostar do que estava a ler e até já ofereci o livro.
More Myself, de Alicia Keys — se tivesse lido na altura em que fiz a TBR acho que tinha ido… entretanto perdi a vontade.
A Terceira Índia, de Iris Bravo — comecei, mas não estava a gostar do estilo de escrita e desisti. Tentarei dar outra oportunidade à Iris um dia, sem dúvida.
Encontrar-me, Encontrar-te, Encontrá-lo, de Maria Cunha e Silva — na altura era um livro que estava em todo o lado, mas já não sinto que me apeteça lê-lo.
Vida Instagramável, de Paula Cordeiro — lá está, se tivesse lido na altura…
Livros Que Já Devia Ter Lido
Apesar de andar cada vez mais certinha a cumprir as minhas TBR, tenho noção de que, às vezes, ficam livros perdidos. Por muito boas intenções que uma pessoa tenha, por vezes não dá mesmo para ler tudo, seja porque motivo for. Fiquei um bocadinho envergonhada comigo mesma por ter aqui livros a ficar para trás há tanto tempo. Ainda assim… achei que seriam mais. Se calhar despachava isto depois do verão, não é?
Musicoterapia, de Pietro Leveratto — ponto curioso: eu já li vários capítulos aleatórios do livro ao longo dos anos. Por que raio nunca o terminei ou li de seguida é uma questão para a qual não tenho resposta.
Saga Robert Langdon, do Dan Brown — ainda no outro dia falei disto: tenho a saga parada, mas só faltam dois livros e tenho um deles há séculos no Kindle. Vai para breve.
Trilogia Crazy Rich Asians, do Kevin Kwan — li o primeiro livro em 2020 e como demorei a comprar o segundo também ainda não avancei na trilogia. Boa lembrança de que devia.
A Hora Má: O Veneno da Madrugada, de Gabriel García Márquez — desculpa, Gabo, não mereces ter ficado para trás.
A Civilização do Espetáculo, de Mario Vargas Llosa — acho, sinceramente, que me esqueci de que tinha este livro.
Aparição, de Vergílio Ferreira — acho mesmo que tenho deixado este livro para trás com a desculpa de se esperei até agora também espero mais um bocadinho.
Crescemos, os nossos gostos vão-se alterando ou moldando a outras realidades, por isso, é normal que nem todos os livros das nossas infinitas TBR continuem a fazer sentido.
Desde que comecei a fazer o meu bullet journal, passei a fazer esta análise. O tempo é demasiado precioso para o ocuparmos com leituras que já não queremos fazer ahahah
A Hora Má e a A Civilização do Espetáculo já li e confesso que não me encheram as medidas